Angola prevê endividamento público de 17,6 mil milhões e taxas de juro de 7% em 2015

O Governo angolano prevê um endividamento público para 2015 a rondar os 20 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros), a captar também junto de investidores privados pagando juros que chegam aos sete por cento. A informação foi transmitida hoje, em Luanda, pela diretora de gestão da Dívida Pública angolana, Angélica Paquete, durante […]

O Governo angolano prevê um endividamento público para 2015 a rondar os 20 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros), a captar também junto de investidores privados pagando juros que chegam aos sete por cento.

A informação foi transmitida hoje, em Luanda, pela diretora de gestão da Dívida Pública angolana, Angélica Paquete, durante a sessão pública de apresentação do plano anual de endividamento púbico para 2015.

De acordo com a responsável, este montante de endividamento, necessário para garantir o financiamento do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2015, compensando as quebras nas receitas petrolíferas, distribui-se em partes iguais pelo mercado externo e interno.

“Introduzimos no exercício fiscal de 2015 a possibilidade de os investidores privados ou coletivos poderem aceder ao mercado primário [interno], poderem participar com as suas poupanças”, apontou Angélica Paquete, questionada pela Lusa.

O acesso dos investidores privados pode ser feito através de Bilhetes de Tesouro, de prazos mais curtos e com taxas de juro que variam entre os 4,5% (a 91 dias) e os 6% (364 dias), num montante total a colocar pelo Estado equivalente a 402 mil milhões de kwanzas (3,3 mil milhões de euros).

Igualmente acessível a investidores privados através do Banco Nacional de Angola estão as Obrigações de Tesouro, com maturidades de 2 a 5 anos, e taxas de juro de 7%, descrita pelo Governo angolano como um dos mais altos retornos do mundo neste tipo de produto financeiro.

O Estado angolano espera arrecadar, nesta componente, mais de 480 mil milhões de kwanzas (3,9 mil milhões de euros) este ano, apesar da situação económica e financeira desfavorável no país, face à quebra nas receitas do petróleo.

“Acreditamos que o nosso mercado [interno] é líquido o suficiente para colocarmos os montantes que se pretende para 2015”, afirmou a diretora de gestão da Dívida Pública angolana. Anunciou igualmente que este ano será feita a primeira emissão de dívida no mercado internacional, com o apoio de parceiros financeiros do setor.

“Angola é um país bastante sólido, não obstante esta situação de relativa incerteza no curto prazo. A situação no médio e longo prazo, relativamente à solidez do país, é significativamente positiva e temos plena certeza de que esta situação do curto prazo não deverá afetar a pretensão de captação de recursos no mercado interno e externo”, enfatizou Angélica Paquete.

A dívida pública angolana deverá ultrapassar este ano os 42 mil milhões de euros, equivalente a 35,5% do Produto Interno Bruto (PIB), quando em 2012 não chegava a 11%, segundo o OGE em vigor, já em fase final de revisão devido à crise no petróleo.

“A dívida atual é sustentável não há perigo nenhum. E vamo-nos manter dentro dos limites”, disse, à margem da sessão pública da apresentação do plano anual de endividamento púbico, o secretário de Estado do Tesouro, Leonel Silva.

O ‘stock’ de dívida pública angolana atingirá em 2015, na última previsão do Ministério das Finanças, os 48,3 mil milhões de dólares (42,6 mil milhões de euros), o que corresponde a 35,5% do PIB, entre dívida externa (24,5%) e dívida contraída internamente (11%).

A dívida pública angolana cifrava-se em 2012 em cerca de 24,8 mil milhões de dólares (21,9 mil milhões de euros), representando então 10,9% do PIB nacional.

OJE/Lusa

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