[weglot_switcher]

Angola quer investimentos que substituam as importações

O fim da dependência do petróleo é um dos objetivos centrais da economia daquele país, como fica explícito pelas iniciativas da comitiva que acompanha a visita a Portugal de João Lourenço.
  • José Sena Goulão/Lusa
23 Novembro 2018, 13h14

O tempo dos contentores que seguiam para Angola e proporcionavam lucros assinaláveis mas não acrescentavam valor à economia angolana está ultrapassado e não é para recuperar: a comitiva que acompanha o Presidente angolano, João Lourenço, na visita a Portugal converge para um novo paradigma – os investimentos bem-vindos a angola são aqueles que potenciam a substituição de importações.

No seminário Portugal-Angola que decorre no Porto é esse novo paradigma que está sob observação: a sensibilização dos empresários portugueses para apostarem na diversificação das atividades económicas.

Augusto Santos Silva, ministro português dos Negócios Estrangeiros, deu precisamente nota desse nova visão estratégica angolana, da responsabilidade do gabinete de João Lourenço. E os empresários portugueses, se optarem por esse novo paradigma, têm tudo a ganhar. Não só pelos imensos recursos naturais em que o solo angolano é rico, mas também porque ainda está muito por fazer.

Mais particularmente, Angola quer desenvolver o setor agroalimentar e florestal e Portugal tem capacidades, quer no domínio privado quer no das instituições públicas. Qualificação dos recursos humanos, formação de professores, gestão escolar, apoio aos sistemas de saúde – além do investimento ‘hard’ em termos empresariais – são alguns dos novos caminhos da cooperação entre os dois países.

Genericamente, o que fica claro é que os responsáveis pela economia angolana estão apostados em diminuir a dependência angolana do petróleo – tal como aconselha, aliás, o FMI – e que esse é o caminho a seguir pelo topo da economia do país.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) já fez saber que o organismo tem programado para 2019 um conjunto de visitas de prospeção de negócios às províncias angolanas, como acrescento ao trabalho tradicional da presença em feiras e da promoção de missões empresariais.

Recorde-se que Portugal tem cerca de seis mil empresas que exportam para Angola e que existem naquele território mais de mil com capital português ou misto.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.