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Anis Amri: o homem que vale 100 mil euros

É muito pergoso, está armado, tem 1,78 metros de altura, cabelo preto e olhos castanhos. Anis Amri, o jovem tunisino de 24 anos, principal suspeito do ataque a um mercado de Natal, em Berlim, continua fugido.
22 Dezembro 2016, 14h06

As autoridades alemãs emitiram um mandato de busca em todo espaço Schengen para capturar o suspeito tunisiano de 24 anos que na passada segunda-feira, dia 19, entrou com um camião de 38 toneladas num mercado de Natal abalroando uma multidão que aí se encontrava, fazendo 12 mortos e 48 feridos, junto à Igreja da Memória Kaiser Wilhelm, em Berlim.

As operações de captura foram intensificadas depois de terem sido encontrados os documentos de identificação do suspeito debaixo do assento do condutor do camião.

Trata-se de Anis Amri, um tunisino de 24 anos que terá dado entrada na Alemanha em 2015. Segundo a imprensa internacional, o suspeito já usou seis identidades e três nacionalidades diferentes. Depois de ver o seu pedido de asilo recusado, Anis Amri só não foi deportado para a Tunísia por falta de documentos, que terão impossibilitado as autoridades de Tunis de verificar se o jovem era efetivamente tunisino.

A Tunísia foi adiando a emissão do passaporte de Anis Amri exigida pelas autoridades alemãs em agosto e, curiosamente, o passaporte chegou “por coincidência” esta quarta-feira, segundo informação avançada pelo ministro do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Ralph Jäger.

Segundo o relato dado pelo pai de Anis Amri à imprensa, o suspeito saiu ilegalmente do país há sete anos e chegou a estar preso em Itália, por se ter envolvido numa série de roubos e estragos na província de Catania.

Terá sido na prisão de Ucciardone em Palermo, que Anis Amri se terá radicalizado. “Ele passou quatro anos na prisão em Itália, onde encontrou grupos extremistas que o atraíram”, garante o pai do terrorista.

O ataque em Berlim já foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico (EI) que terá referido que o ataque havia sido perpetrado por um dos seus soldados em nome do pedido de luta contra cidadãos de países que apoiam a luta contra os jihadistas na Síria e no Iraque. No entanto, contrariamente ao que é habitual, o EI não revelou nenhum vídeo provando a sua ligação à organização terrorista. Certo é que Anis Amri nutria uma simpatia por círculos salafistas, uma corrente radical islâmica que também é defendida pelo autoproclamado Estado Islâmico.

O tunisino continua em fuga. É considerado perigoso e tudo aponta para que esteja armado. A polícia oferece 100 mil euros a quem conseguir levar as autoridades policiais até ao presumível autor do ataque.

Entretanto, esta manhã, a polícia alemã confirmou que as impressões digitais encontradas na porta do camião são efetivamente de Anis Amri.

O suspeito já estava a ser monitorizado pelas autoridades por suspeitas de estar a preparar um atentado. O jornal alemão Bild dá conta de que Anis Amri estaria também à procura de um cúmplice para este ataque e tentou adquirir uma arma nos últimos meses.

À agência France Presse, um dos irmãos de Anis Amri, Abdelkader Amir, afirma que se o irmão “é culpado merece toda a condenação. Nós rejeitamos o terrorismo e os terroristas – não temos nada a ver com terroristas”.

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