Até agora, maio não trouxe alterações em termos de tendência dos mercados financeiros. As fortes quedas persistem na maior parte dos ativos, com as matérias-primas energéticas a constituírem a exceção mais visível. Será que este bear market está para durar?
As quedas nas bolsas têm sido particularmente fortes e a série de perdas já se destaca em termos históricos. Por exemplo, a queda de 17,5% do S&P 500 nos primeiros 90 dias de transações do ano é a segunda mais forte desde 1928, o que ilustra bem a consistência e velocidade do movimento. Se olharmos para quanto os principais índices dos EUA corrigiram até agora desde o anterior máximo histórico, os números são os seguintes: o S&P 500 já perdeu 18,5%, o Dow Jones 14,3%, o Nasdaq 29% e o Russel 30,5%.
Tendo como termos de comparação quanto estes índices colapsaram na primavera de 2020 (-35,4%, -38,6%, -30,4% e -44,5%, respetivamente), parece ainda haver caminho a percorrer. Além disso, apesar de a volatilidade ter subido, ainda não se notam movimentos de verdadeira capitulação nos índices, sobretudo no Dow Jones e S&P 500, embora haja ações em que isso já sucedeu.
Por exemplo, nas criptomoedas esse movimento de capitulação parece estar a começar. Não só já se observou o esvaziar de alguns projetos (como a Luna e o UST que implodiram no início da semana), como também as quedas em várias altcoins importantes a superarem os 20% num só dia constituem um claro indício que o movimento está a acelerar.
É isso que ainda “falta” às ações. Que estamos perante um bear market não há dúvidas e os fundamentais em termos económicos, monetários e geopolíticos ainda não inverteram para um ciclo mais positivo. Portanto, falta apenas a capitulação.