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António Costa: “Jeroen Dijsselbloem está de passagem”

O primeiro-ministro adianta que se Luis de Guindos estiver disponível será o candidato do Governo português à presidência do Eurogrupo.
  • As campanhas eleitorais são cansativas. Que o diga António Costa, que teve que redefinir a agenda devido a “dores musculares nas costas”.
11 Abril 2017, 10h54

Em entrevista ao “El País”, o primeiro-ministro afirma que “Jeroen Dijsselbloem está de passagem” e que é apenas uma questão de tempo. Em relação à escolha do Governo português para suceder ao atual presidente do Eurogrupo, o líder do executivo ainda que “claramente” o ministro espanhol poderia ocupar o lugar de Dijsselboem.

António Costa argumenta a decisão ao realçar que De Guindos “tem a visão global da Europa, capacidade de construir uma ponte entre as diferentes economias e as diferentes famílias políticas, vem de um grande país mas compreende os pequenos”. “Se De Guindos estiver disponível, seria o nosso candidato”, refere. No final do mês passado, o Governo já havia mostrado interesse em Luis de Guindos para o lugar do holandês, cujo mandato termina em janeiro de 2018. A informação foi confirmada pelo primeiro-ministro, António Costa, ao “Diário de Notícias”, durante um debate quinzenal.

Na mesma entrevista ao jornal espanhol, que se iniciou com o tema da saída do Reino Unido da União Europeia, o chefe de Governo frisou que o importante é manter a boa relação com o país liderado por Theresa May e que o processo também vai ser “uma oportunidade para dar as boas vindas em Portugal às empresas do Reino Unido que querem manter-se na União Europeia”.

Questionado sobre se o Brexit reconstrói a geografia europeia a favor dos países do sul, António Costa sublinha a importância de uma base igualitária dos Estados e de reconstrução de relações. “Preocupa-me a ideia que os países orientais têm sobre os valores democráticos, que são a base da sociedade europeia. Preocupa-me que alguns países do norte tenham os preconceitos de Dijsselboem”

A propósito da chave do sucesso da diplomacia portuguesa, nomeadamente por ter António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas e, anteriormente, Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, António Costa esclareceu que se devia a “méritos pessoais” e que também tinha ajudado o facto de Portugal ser “um país aberto e que sabe “construir pontes”, fatores valorizados numa altura em que “está na moda construir muros”.

O primeiro-ministro disse ainda ao jornal espanhol que o PS é um dos escassos partidos socialistas/sociais-democratas no poder na Europa porque no país continua a haver “duas alternativas claras”: “A nossa e a da direita, e isso é bom para a democracia”, adiantou ao “El País”.

 

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