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António Guterres pede ao Irão “máxima contenção” na resposta a protestos

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje ao Irão “a máxima contenção” face às manifestações que causaram dezenas de vítimas desde a morte de uma jovem presa pela chamada polícia de costumes.
28 Setembro 2022, 07h48

O líder da ONU “pede que a polícia se abstenha de usar qualquer força desnecessária ou desproporcional e insta todos a exercerem a máxima contenção para evitar uma escalada”, disse o porta-voz de Guterres.

Stéphane Dujarric disse num comunicado que a organização está “cada vez mais preocupada com relatos de números crescentes de mortes, incluindo mulheres e crianças, em ligação com os protestos”.

O porta-voz sublinhou também que a ONU considera essencial o início de uma “investigação rápida, imparcial e efetiva” sobre a morte de Mahsa Amini.

A jovem de 22 anos morreu no hospital a 13 de setembro, três dias depois de ter sido detida pela chamada polícia de costumes por violar as regras do vestuário feminino que indica que as mulheres não podem mostrar o cabelo em público.

Segundo um balanço feito pela agência de notícias iraniana Fars, cerca de 60 pessoas, entre manifestantes e membros das forças de segurança, foram mortas desde o início do movimento de protesto, que começou a 16 de setembro.

António Guterres reuniu-se com o Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, em 22 de setembro e “foram levantadas uma série de questões, incluindo as de direitos humanos”, disse, no dia seguinte, Stéphane Dujarric.

O movimento espalhou-se por várias cidades iranianas e alguns manifestantes lançaram ‘slogans’ antigovernamentais, refere a comunicação social local.

As autoridades acrescentam que, desde o dia 16, foram detidos mais de 1.200 manifestantes, incluindo mulheres.

Os iranianos voltaram a sair às ruas na terça-feira, pela 12.ª noite consecutiva, apesar da forte repressão.

Embora se multipliquem os apelos internacionais para acabar com o uso da força contra os manifestantes, o Governo iraniano tem-se mantido firme perante os protestos, acusando os participantes de serem “desordeiros” e de “minarem a segurança e o património público”.

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