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António Lobo Xavier denuncia um acordo escrito entre Governo e gestão da CGD

A revelação de António Lobo Xavier sobre o compromisso escrito aos gestores da CGD desmente a garantia dada por Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
18 Novembro 2016, 12h40

António Lobo Xavier disse ontem na Quadratura do Círculo que havia um compromisso escrito entre o Governo e António Domingues para a CGD, o que contraria o que Pedro Nuno Santo, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, disse quando garantiu que o “governo não assumiu esse compromisso, não é essa a posição do Governo português”.

Houve um compromisso (escrito) entre António Domingues e o Governo que passava pela exclusão dos deveres de apresentar o património dos administradores ao Tribunal Constitucional, para além da questão dos limites salariais.

“Eu não vou em peças de teatro, até porque eu conheço o guião”, disse Lobo Xavier na Quadratura do Círculo. “Isto noutras condições políticas era impossível de passar-se”, disse o advogado que é também administrador do BPI e como tal conhece bem António Domingues. “O Governo está a deixar passar – com uma enorme falta de solidariedade, com uma frieza chocante e próximo da indignidade – o odioso para os gestores da CGD das coisas que combinou com eles”.

“As pessoas estavam em belíssimos lugares e foram desafiados a sair para tratar da CGD. Puseram as suas condições como acontece sempre e foi-lhes prometido (aceite) e até escrito. Os compromissos estão escritos portanto não se pode dizer que o primeiro-ministro não sabia e que só sabia o ministro das Finanças. Os governos não funcionam assim. Os compromissos eram do conhecimento de todos. Acharam é que bastava alterar o estatuto do gestor público para resolver os problemas todos que foram colocados (quer os salários, quer as declarações)”, denunciou António Lobo Xavier. O comentador acrescentou que quando o problema veio para a praça pública (através do Marques Mendes e depois pelo PSD) “o governo desresponsabilizou-se”.

“Os gestores estão calados a cumprir o seu serviço e estão a ser vítimas de uma desresponsabilização inacreditável”, denunciou António Lobo Xavier.
Sobre a recapitalização que vai ser adiada para 2017 disse: “Eu não sei quem quer a recapitalizaçao rápida, este ano. O governo quer este ano? Se calhar aproveita adiar por causa do défice”.

António Lobo Xavier considera que os gestores  da CGD não têm de apresentar a declaração de património e rendimentos ao Tribunal Constitucional e que vão argumentar juridicamente. Pois o Tribunal só os notificou a apresentar ou a justificar a não apresentação.
“Os gestores têm direito a argumentar em sua defesa. Deviam desistir e não argumentar? Ir embora? Entregar as declarações? Não revelar os compromissos que tiveram? Havia de ser eu”, disse António Lobo Xavier.

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