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Apelo de 360 empresas a Trump: “Cumpra o acordo de Paris”

Numa carta dirigida ao futuro presidente norte-americano, várias empresas internacionais exigem que Donald Trump cumpra as medidas assinadas pela comunidade internacional para combater o aquecimento global.
  • Mike Segar/Reuters
16 Novembro 2016, 18h07

Mais de 360 empresas, na sua maioria norte-americanas, escreveram uma carta ao futuro presidente dos EUA, Donald Trump, a pedir para dar cumprimento ao acordo climático de Paris, assinado no final de 2015 e já ratificado por 104 países, entre os quais os próprios EUA.

Durante a campanha eleitoral, o candidato republicano afirmou que o aquecimento global como uma “fraude inventada pelos chineses para minar a industrialização dos EUA” e que desvincularia os EUA do acordo de Paris caso fosse eleito. Agora que foi declarado o vencedor oficial das presidenciais norte-americanas, empresas como a Gap, Hewlett Packard, Kellog, Hilton ou Nike estão preocupadas com a possibilidade do futuro ocupante da Sala Oval tentar levar as suas ideias em diante.

“Nós, membros da comunidade empresarial e investidores nos Estados Unidos, reafirmamos o nosso firme compromisso de responder às alterações climáticas com a aplicação do histórico acordo de Paris, para uma economia mundial que mantenha o aquecimento global abaixo dos 2°C”, escrevem as empresas, numa carta divulgada à margem da 22ª Conferência da ONU sobre as Alterações Climáticas (COP22), que está a decorrer na cidade marroquina de Marraquexe.

As empresas pedem a Trump e à maioria republicana na Câmara de Representantes e no Senado que “apoiarem firmemente a continuação das políticas (de redução de emissões de gases com efeitos de estufa) para permitir aos Estados Unidos cumprirem os seus compromissos”.

Segundo os signatários da carta a não existência de uma economia de baixo carbono “coloca em causa a prosperidade dos EUA” e que, por isso, os EUA devem preparar um plano energético eficiente para a economia norte-americana, baseado em “soluções inovadoras” e de energia baixa em carbono.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry, num discurso proferido durante a COP22, diz que prefere não especular sobre as políticas climáticas do presidente eleito, mas acredita que “as suas opiniões podem mudar quando entrar em funções”. “Uma coisa posso dizer: durante o tempo que passei como secretário de Estado aprendi que alguns assuntos são vistos de maneira diferente quando estamos em funções. São vistos de maneira diferente quando se está em campanha e, depois, quando se ocupa o cargo”, garante.

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