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Aplicação da Too Good To Go evitou que mais de um milhão de refeições fossem para o lixo em Portugal

A ‘app’ de combate ao desperdício alimentar tem mais de 980 mil utilizadores em Portugal. O objetivo é chegar aos 1,3 milhões ainda este ano, revelou esta quarta-feira a CEO e a diretora de marketing na Península Ibérica. Sabe a diferença entre “consumir até” e “consumir de preferência antes de”?
18 Maio 2022, 13h15

“Queremos que as pessoas abram o frigorífico, peguem no iogurte e pensem sé é “too good to go” (demasiado bom para ir… para o lixo)”. É desta forma que a CEO da Too Good To Go, de combate ao desperdício alimentar, traça a principal meta para a empresa dinamarquesa: ser uma marca doméstica, que mude hábitos em casa.

A app de recolha de comida anunciou esta quarta-feira que, em pouco mais de dois anos, Portugal salvou 1.132.037 “magic boxes” (caixas de comida que ia ser deitada fora e foi comprada a preços mais baixos), inclusive 425 mil refeições de uma única pessoa. Os valores dos sacos com refeições reaproveitadas custam entre 2,99 euros e 4,99 euros (o desconto ronda os 70% do preço médio de venda). Em “ambientalês”, é o equivalente a 2,830,092.5 kg de dióxido de carbono (CO2), o que em termos de poluição é o mesmo que 7414 voos entre Lisboa e Londres.

Globalmente, só em 2021 foram mais de 52 mil refeições salvas, o que seria suficiente para alimentar toda a Coreia do Sul. Em Portugal, a Too Good to Go atingiu os 980.865 utilizadores, desde novembro de 2019, e tem como objetivo chegar a 1,3 milhões de portugueses no final de 2022.

Os objetivos para o país não se ficam por aí: ter mais de quatro mil lojas, supermercados e cafés a distribuir refeições e aumentar de 31 para 50 o número de marcas com o rótulo da iniciativa “Observar, Cheirar, Provar”, que sensibiliza para prazos de validade, revelou a diretora de marketing na Península Ibérica, Mariana Banazol.

O último ponto, dos prazos de validade, foi destacado pela CEO: “A maior parte dos consumidores não sabe a diferença entre «consumir até» e “consumir de preferência antes de» e má interpretação desses conceitos é responsável por 10% do desperdício alimentar na União Europeia”, advertiu Mette Lykke, numa conferência de imprensa com jornalistas portugueses e espanhóis. “O que se perde com o desperdício de comida no mundo vale o PIB da Noruega e da Dinamarca juntas”, sublinhou.

No ano passado, 3.409 parceiros em Portugal juntaram-se à Too Good To Go e hoje a empresa de Copenhaga trabalha com marcas como Auchan, Padaria Portuguesa, Danone, Continente, Celeiro, Hussel, Mini Preço, Go Natural, Nestlé, Fnac Café ou Super Bock. “Não somos só uma aplicação com uma missão. Somos um negócio que corre bem”, afirmou a CEO, sem detalhar valores de faturação da multinacional.

Fundada em 2016, a Too Good To Go está atualmente em 17 países (União Europeia, Canadá e Estados Unidos) e conta com o mercado austríaco e norte-americano na lista dos que mais crescem.  “Fomos a décima aplicação de comida e bebidas mais downloads do mundo em 2021. Mostra que os utilizadores estão interessados nas boas soluções e em resolver este problema. Cada vez que salvamos uma magic box evitamos 2,5kg de dióxido de carbono”, referiu ainda Mette Lykke, em declarações à imprensa ibérica.

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