“Aquisições devem aportar valor para os acionistas”. CEO do Deutsche Bank trava expectativas sobre compra de negócios da Wirecard

O presidente executivo do Deutsche Bank, Christian Sewing, travou esta terça-feira as expectativas sobre uma possível aquisição dos negócios da Wirecard pela instituição financeira.

Segundo o jornal espanhol “Expansión”, foi numa videoconferência que o CEO do Deutsche Bank abordou a possível compra da fintech alemã de processamento de pagamentos que entrou em processo de insolvência no passado dia 25 de junho.

Christian Sewing revelou que a “a tecnologia de pagamentos é interessante para o Deutsche Bank, que é um dos bancos líderes no serviço de pagamentos em todo o mundo”, mas alertou que qualquer aquisição “deve sempre aportar valor para os acionistas.

O Deutsche Bank tinha dito, na semana passada, que estaria disposto a ajudar financeiramente o Wirecard Bank, uma unidade da Wirecard que não está afetada pela insolvência da fintech.

A Wirecard, uma fintech que foi a ‘jóia’ da coroa da industria financeira tecnológica alemã, está envolvida num escândalo de fraude, em que terá ‘engordado’ o balancete em 1,9 mil milhões de euros. Durante anos, a Wirecard justificava à auditora EY que os fundos tinham origem em parceiros externos, que prestavam serviços de processamento de pagamentos, sediados em Singapura ou nas Filipinas.

A fintech admitiu, em comunicado enviado em junho, que o “dinheiro provavelmente não existe”.

Ontem, as autoridades de Munique detiveram Oliver Bellenhaus, o executivo da Wirecard, que geria a CardSystems, a unidade que, segundo dizia a fintech alemã à auditora EY, tinha um negócio lucrativo de processamento de pagamentos de parceiros externos.

Antes, no dia 23 de junho, o antigo CEO da Wirecard, Markus Braun, depois de ter sido detido pelas autoridades de Munique na véspera, pagou uma fiança no valor de cinco milhões de euros e saiu em liberdade.