Arábia Saudita arrisca quebra económica com novo corte na produção de petróleo

A economia da Arábia pode ficar em risco de quebra devido a um novo corte na produção de petróleo, avança a Reuters. Nem mesmo as receitas geradas pela empresa petrolífera Saudi Aramco parecem evitar esta descida no PIB nem os investimentos que o país tem feito ao nível do desporto.

Petróleo. Novo acordo de redução na produção faz subir o preço do barril

Esta semana a Arábia Saudita e a Rússia anunciaram um corte voluntário na produção de petróleo, até ao final do ano, de 1,3 milhões de barris.

Esta decisão da Arábia Saudita, refere a Reuters, a que se junta uma quebra nas receitas derivadas do petróleo, pode levar a que a economia do país, um dos gigantes no sector petrolífero, quebre pela primeira vez, desde 2020.

Os efeitos deste corte na produção, alertou a Associated Press, podem não ficar contidos somente na Arábia Saudita, mas alastrar-se à economia mundial, por via de uma subida na inflação e também no preço dos combustíveis.

O analista da Khalij Economics, Justin Alexander, citado pela Reuters, afirmou que o corte da produção de petróleo, anunciado até ao final do ano, a que se juntam os cortes de produção que já tinham sido feitos anteriormente, vai traduzir-se numa descida de 9% na produção em 2023, o que seria a maior descida na produção petrolífera em quase 15 anos para a Arábia Saudita.

A Reuters, citando a economista-chefe do Abu Dhabi Commercial Bank, Monica Malik, prevê que o PIB da Arábia Saudita possa descer 0,5%, em 2023, contrariando a previsão de crescimento de 0,2% projetada no mês passado.

A mesma publicação salienta que, em 2022, a Arábia Saudita viu a sua economia subir 8,7%, e atingiu um excedente fiscal de 2,5% do PIB, influenciado pela subida do preço do petróleo que chegou quase a atingir os 124 dólares.

Já James Swanston da Capital Economistas, citado pela Reuters, prevê que a Arábia Saudita tenha um défice orçamental de 1,5% do PIB em 2023.

O mercado petrolífero, esta sexta-feira, tem negociado em alta com o brent a valorizar 0,43% para os 90,31 dólares e o crude a subir 0,38% para os 87,20 dólares.