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Arábia Saudita condena mulher a 34 anos de prisão por usar o Twitter

Inicialmente, Salma al-Shehab foi condenada a cumprir três anos de prisão, mas a sentença foi revista para mais de trinta anos.
17 Agosto 2022, 10h45

Salma al-Shehab, estudante da Arábia Saudita na Universidade de Leeds, foi condenada a 34 anos de prisão por ter uma conta no Twitter e por seguir dissidentes e ativistas da Arábia Saudita naquela rede social.

De acordo com o “The Guardian”, a sentença do tribunal especial terrorista saudita foi proferida algumas semanas depois da visita de Joe Biden à Arábia Saudita, em meados de julho.

Ativistas dos direitos humanos alertaram, na altura, que a viagem de Joe Biden poderia encorajar o reino a intensificar a sua repressão contra dissidentes e outros ativistas pró-democracia.

Inicialmente, Salma al-Shehab, de 34 anos, foi condenada a cumprir três anos de prisão pelo “crime” de utilizar um website na Internet para “causar agitação pública e desestabilizar a segurança civil e nacional”; contudo, na segunda-feira, um tribunal de recurso proferiu a nova sentença – 34 anos de prisão seguidos de uma proibição de viagem durante 34 anos – depois de um procurador público ter pedido ao tribunal que considerasse outros alegados crimes.

De acordo com uma tradução dos registos do tribunal, aos quais o “The Guardian” teve acesso, as novas acusações incluem a alegação de que Shehab estava “a ajudar aqueles que procuram causar agitação pública e desestabilizar a segurança civil e nacional, seguindo as suas contas no Twitter”, partilhando os seus tweets.

Contudo, acredita-se que Shehab poderá tentar procurar um novo recurso no caso.

Ao que tudo indica, Shehab não era uma ativista saudita, descrevendo no Instagram – onde tinha 159 seguidores – como higienista dentária, educadora médica, estudante de doutoramento na Universidade de Leeds e professora na Universidade Princess Nourah bint Abdulrahman, e como esposa e mãe dos seus filhos, Noé e Adam.

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