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Área Metropolitana do Porto: 74% do capital investido em 2019 é proveniente do estrangeiro

Estudo da consultora imobiliária Cushman & Wakefield revela que desde 2015, foram transacionados 571 milhões de euros em imobiliário comercial, dos quais 151 milhões de euros se concretizaram entre janeiro e setembro de 2019.
  • Ribeira Do Porto
5 Dezembro 2019, 07h50

Em 2019, 74% do capital investido na Área Metropolitana do Porto (AMP) foi proveniente do estrangeiro. Esta é uma das conclusões apresentadas pelo último estudo “Market Update Porto” divulgado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield. Desde 2015, foram transacionados 571 milhões de euros em imobiliário comercial, dos quais 151 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2019.

O concelho do Porto é o mais representativo, com um peso médio de 53% do volume transacionado na AMP entre 2015 e 2019, crescendo para 89% se levarmos em conta apenas o presente ano. Os setores de escritórios e hotelaria foram os mais transacionados entre janeiro e setembro de 2019, atraindo respetivamente 34% e 32% do capital investido.

De resto, a área de hotelaria foi mesmo a mais ativa com um total de 48 milhões de euros realizados em quatro transações, enquanto o segmento de residências de estudantes esteve também em destaque com a aquisição pela Xior de uma residência por 18 milhões de euros.

Escritórios

No segmento dos escritórios o estudo indica que entre 2015 e 2017 o volume médio de absorção se tenha situado entre os 35 mil e os 45 mil m², com o ano de 2018 a registar um valor recorde, com mais de 80 mil m² transacionados. Já entre janeiro e setembro deste ano, o volume de ocupação situou-se nos 26 mil m², um valor que segundo este estudo se deve “em grande medida, pela escassez de oferta de espaços de qualidade”.

Contudo, até 2022 estão previstas a conclusão de nove projetos com uma área total superior a 110 mil m², da qual 72% se encontram em fase de construção. Destaque para o Porto Office Park, com 31.500 m²; o Porto Business Plaza, com 15.500 m² e o Palácio dos Correios, com 16.800 m².

Em termos de rendas prime (praticadas na Boavista, considerada o Central Business District do Grande Porto) indica o estudo que as mesmas se mantiveram estáveis ao longo dos últimos 12 meses nos 18 euros/m²/mês. No entanto, face à escassez de oferta, as rendas médias nesta mesma zona aumentaram no último trimestre para os 15 euros/m²/mês.

O setor de escritórios registou o maior negócio do ano na região, com a venda do edifício Burgo por parte da Dos Puntos Asset Management à Värde Partners por um valor superior a 40 milhões de euros.

Retalho

A consultora imobiliária registou desde 2015, perto de 630 negócios de retalho na AMP, 140 dos quais entre janeiro e setembro deste ano, com o comércio de rua a dominar a procura num total de 80 aberturas. Por sua vez, a atividade nos conjuntos comerciais aumentou o seu peso para os 34%, devido a recentes projetos de expansão e/ou renovação. Já a restauração registou 57% de aberturas.

Também no retalho as rendas prime encontram-se estabilizadas, fixando-se nos 75 euros/m²/mês na Rua de Santa Catarina, 45 euros/m²/mês nos Clérigos e 40 euros/m²/mês no eixo das Flores/Mouzinho da Silveira. O estudo revela ainda que a Avenida dos Aliados começa a ser visto como o destino de luxo do Porto, com novas aberturas programadas para o final de 2019 e um valor de renda médio de 55 euros/m²/mês.

Com cerca de 830 mil m² de área bruta localizada (ABL), o equivalente a 22% da área total nacional, a AMP contabiliza o segundo maior volume de oferta de conjuntos comerciais em Portugal, só superada pela Área Metropolitana de Lisboa com 1.300.000 m².

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