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Argentina em risco de afundar ainda mais no ‘rating lixo’ devido ao peso

Após acumular uma desvalorização de 50% desde o início do ano, o peso argentino estabilizou na sexta-feira, graças a uma série de medidas anunciadas pelas autoridades do país.
1 Setembro 2018, 16h16

O rating da Argentina poderá cair ainda mais no território de investimento especulativo, na visão da Standard and Poor’s. A braços com uma moeda em queda livre e um resgate financeiro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a Argentina recebeu um aviso da agência de notação.

A S&P informou esta sexta-feira que poderá reduzir o rating de longo prazo em moeda estrangeira do país do atual B+. O nível fica quatro degraus abaixo do grau de investimento e atribuído a outros países como a Turquia, Grécia e Fiji.

A agência de notação financeira apontou para o risco de agravamento da qualidade de crédito devido à volatilidade da taxa de câmbio, que poderá ameaçar as potenciais medidas de ajustamento económico realizadas pela administração de Mauricio Macri.

“A recente pressão sobre a moeda argentina pode colocar em risco a implementação efetiva de medidas de ajustamento económico, sem outras medidas para aumentar a confiança dos investidores”, apontou a S&P, em comunicado.

Ainda assim, o compromisso de Macri de estabilizar a segunda maior economia da América do Sul através de medidas de austeridade, bem como a linha de crédito de 50 mil milhões de dólares do FMI, poderá ajudar  no acesso da Argentina aos mercados.

Após acumular uma desvalorização de 50% desde o início do ano, o peso argentino estabilizou na sexta-feira, graças a uma série de medidas anunciadas pelas autoridades do país.

O Banco Central da República da Argentina (BCRA) anunciou esta quinta-feira um aumento da taxa de juro de referência para 60% (do anterior 45%), devido à forte depreciação do peso argentino. Em comunicado, o comité de política monetária do BCRA explicou que a medida foi adotada por unanimidade “perante o risco de um maior impacto na inflação”.

No dia anterior, o presidente Macri pediu ao FMI para acelerar os pagamentos sob a linha de crédito recorde acordada em junho. O Fundo parece disposto a aceitar já que as negociações irão começar na próxima terça-feira, com o objetivo de apresentar rapidamente uma revisão do plano de empréstimos.

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