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Armando Vara: “Estive a cumprir uma pena por crimes que não cometi” (com áudio)

“Desde o início que o tribunal disse eu tinha praticado crimes no exercício da função pública. Isso foi sempre mentira. Nunca cometi um crime no exercício de funções públicas como nunca exerci qualquer crime de que fui acusado no processo Face Oculta”, declarou aos jornalistas.
11 Outubro 2021, 15h11

Armando Vara foi libertado do Estabelecimento Prisional de Évora pouco tempo das 14h30, tendo prestado algumas declarações aos jornalistas antes de abandonar a porta da prisão onde passou os últimos dois anos e nove meses. À porta da prisão, o antigo ministro declarou ter cumprido uma pena por crimes que não cometeu e que foi acusado.

“Estive dois anos e nove meses a cumprir uma pena por crimes que não cometi e fui impossibilitado de sair”, disse o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos.

“Sempre achei profundamente injusto e absurdo, e disse-o mesmo antes de me apresentar numa entrevista, que a decisão judicial de cumprimento de pena de prisão correspondia a um brutal erro judiciário. Desde o início que o tribunal disse eu tinha praticado crimes no exercício da função pública. Isso foi sempre mentira. Nunca cometi um crime no exercício de funções públicas como nunca exerci qualquer crime de que fui acusado no processo Face Oculta”, declarou aos jornalistas.

“Em fevereiro teria cumprido dois terços da pena. É um exagero para o tipo de criminalidade – entre aspas – de que fui considerado culpado. Sempre me foi recusada liberdade condicional, precárias especiais e ninguém compreenderia que viesse a não cumprir a pena”, apontou.

“Nunca cometi nenhum crime nem aquilo de que era acusado foi por causa das funções que exerci”, disse o antigo ministro da Juventude e do Desporto de António Guterres.

Ainda assim, o ex-administrador da CGS notou que “não deixei de acreditar na justiça”. “Vou sempre acreditar que serei ilibado na relação”.

Armando Vara disse que a sua prisão serviu para “convencer a opinião pública que cometi crimes muito graves. Só crimes muito graves é que seriam presos”. O antigo ministro notou que a sua pena de prisão de cinco anos se deveu a “razões políticas mas também pelo espetáculo mediático”.

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