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Arpad Szenes, Vieira da Silva, um amigo e um convidado

Uma visita à Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva é uma celebração do diálogo entre o casal Arpad|Vieira da Silva, das pinturas intimistas do seu amigo e antigo professor Roger Bissière, e das criações de um hóspede curioso, Robert Wiley.
2 Junho 2022, 16h00

Por ocasião dos 125 anos do nascimento de Arpad Szenes, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva presta homenagem ao pintor apresentando obras do casal Arpad|Vieira da Silva na galeria principal do museu, incluindo obras da sua coleção e obras de instituições, de particulares e da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, em depósito na Fundação.

Sendo o tema da infância especialmente caro a Arpad Szenes, a exposição dá particular destaque à série “Enfant au cerf-volant”, uma das estreias desta mostra, que o pintor desenvolveu entre 1932-36. Existem dezenas de trabalhos com o mesmo nome, onde é explorado o tema da criança com o papagaio de papel. Para Arpad Szenes, esta série simbolizava a “busca pelo tempo perdido”, quiçá um rememorar da inocência da infância, perdida na vida adulta.

A exposição faz-se em diálogo com obras de Maria Helena Vieira da Silva, nos espaços dedicados à coleção permanente. Paralelamente, “O lado do Outro”, mostra a obra de um amigo do casal que a Fundação representa. Em foco está uma pequena, mas significante, parte da extensa obra, de carácter intimista, de Roger Bissière.

Bissière não é um amigo qualquer. Começou por dar aulas aos jovens artistas Arpad e Maria Helena, na Académie Ranson, em 1932. Mais tarde, tornou-se grande amigo do casal e chegou a partilhar a galeria onde expunham, a Jeanne Bucher, em Paris, sendo considerado como um mais importantes pintores da denominada Segunda Escola de Paris.

A exposição foi organizada em colaboração com a família do artista, e apresenta um conjunto de 47 pinturas, em grande parte inéditas, do seu vasto acervo.

Uma segunda exposição traz à colação “Robert Wiley, Um hóspede curioso”, que resulta de interações entre o espaço físico, o registo histórico da produção de Maria Helena Vieira da Silva e a própria prática do artista.

Wiley utiliza “uma gama de materiais diversos, que vão do vidro aos objectos da casa e do jardim, com particular atenção ao potencial físico e metafórico das grades e estruturas de conexão”, como se pode ler na folha de sala. As peças foram instaladas na Casa-Atelier especificamente para a ocasião, mas as imagens que acompanham a produção artística recente do artista ajudam o visitante a contextualizar os objetos e as situações que ele explora no presente.

Robert Wiley – artista americano que vive em Portugal e ensina arte em vidro na unidade de investigação VICARTE da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa – recebe os visitantes para conversas sobre o seu trabalho, mediante marcação para casa-atelier@fasvs.pt.

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