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“As empresas portuguesas têm um nível de endividamento muito alto face aos seus capitais próprios”, diz CEO da Yunit

A consultora de gestão está a receber novas candidaturas de pequenas e médias empresas que se tenham distinguido pelo seu exemplo de adversidade, sucesso, digitalização, sustentabilidade ou geração de emprego e riqueza para o país. “Somos um país pequeno, mas muito rico em histórias”, garante Bernardo Maciel ao JE.
31 Janeiro 2022, 18h16

O diretor executivo da consultora de gestão Yunit considera que atualmente existe um conjunto de instrumentos financeiros que as empresas devem aproveitar para se capitalizarem, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou, numa lógica mais estrutural, dos fundos comunitários do Portugal 2030.

“É relevante para a solidez das empresas. O Banco de Fomento tem lançado algumas linhas para a capitalização que podem ser uma oportunidade para as empresas tratarem aquilo que, historicamente, é um problema: os seus capitais próprios. As empresas têm um nível de endividamento muito alto face aquilo que é a estrutura de capitais próprios e estas ferramentas que estão agora a ser montadas, à volta dos 3 milhões de euros, podem ser marcantes”, disse Bernardo Maciel ao Jornal Económico (JE).

O CEO da Yunit, que assessorou empresas com 700 milhões de investimentos do PT2020 nos últimos sete ou oito anos, afiança que os aspetos burocráticos têm vindo a melhorar, nomeadamente em termos das plataformas digitais que as entidades têm ao seu dispor e da capacidade de resposta às empresas. É neste contexto que Bernardo Maciel acredita que 2022 é o ano para os gestores unirem-se em clusters e voltarem a inspirar outros .

Depois de um hiato de dois anos, a empresa relança mais uma edição – a quarta – dos seus galardões “Heróis PME”, que pretendem dar visibilidade à história de empresas e empresários e aos seus momentos de decisões importantes, dificuldades e sucessos. Este ano há até duas novas categorias: prémio Factor S (sustentabilidade) e prémio transformação digital.

“Foram tempos complexos, com a primeira necessidade de responder ao problema da saúde pública em relação aos colaboradores (foi perfeitamente ultrapassada), sectores muito fustigados (restauração, hotelaria…) que tiveram de fazer um caminho de alguma transformação… Mas as empresas estão oleadas pela crise do subprime e outras”, conta, remetendo para 2020 e 2021.  “Esta edição tem um papel ainda mais preponderante porque acreditamos que teremos um conjunto de histórias mais ricas, fruto do contexto da pandemia, que trará inspiração. As empresas portuguesas estão hoje com um imperativo de investimento bastante relevante, seja pela pandemia seja pela necessidade de capitalização e aumento de produtividade”, explica ao JE.

Numa primeira etapa é o público a votar nas PME heroínas e dessa votação sairão três finalistas escolhidos pelos jurados, que serão representantes dos parceiros da Victoria Seguros, Softfinança, Sage, Caixa Geral de Depósitos, Grosvenor, PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, Oksofás e Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.

“Somos um país pequeno, mas muito rico em histórias. Os empresários não têm é hábito de valorizar a sua história. Mas vivem experiências muito diferentes das grandes empresas. Queremos também que sirvam de inspiração a quem está a arrancar um negócio ou numa fase de mudança. Não estamos só sucessos, mas também adversidades. É por isso que lhes damos esse estímulo de: afinal vale a pena dar o salto”, garante Bernardo Maciel.

As candidaturas destinam-se a todas as PME, independentemente do seu sector de atividade ou da região onde estão inseridas, e estão abertas até ao próximo dia 11 de fevereiro. O grande vencedor desta iniciativa lançada em 2016 será conhecido numa gala que se realiza a 28 de abril. No ano passado quem saiu vitorioso foi Rui Fonseca, CEO da Altronix, fabricante de rótulos e etiquetas.

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