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As visitas dos presidentes chineses a Portugal

Xi Jinping é o quarto líder chinês a visitar o nosso país. A primeira aconteceu em 1984, quando Xiannian foi recebido por Mário Soares.
  • Cristina Bernardo
5 Dezembro 2018, 07h40

Li Xiannian foi a primeira visita de um presidente da República Popular da China a Portugal, acontecendo cinco anos após Lisboa e Pequim terem estabelecido relações diplomáticas. Foi entre 16 a 19 novembro de 1984, quando as negociações sobre a entrega de Macau estavam quase à porta.

Mais tarde, entre 26 e 27 de outubro de 1999, a dois meses da transição de administração de Macau para a China, o presidente Jiang Zemin visitou Lisboa trazendo consigo na agenda algumas matérias pendentes.

Em meados de novembro de 2010, Hu Jintao aterrou em Portugal para uma visita de dois dias. Hu seria o primeiro Presidente chinês a visitar Portugal em mais de uma década e um dos grandes temas dos encontros foi a possibilidade da compra de dívida soberana portuguesa pela China, que tem as maiores reservas cambiais do mundo – 2,65 biliões de dólares.

A visita de Hu Jintao seria também motivo de protestos. A secção portuguesa da Amnistia Internacional agendou uma manifestação contra “os inúmeros detidos na República Popular da China, por delito de opinião”, enquanto o Bloco de Esquerda se recusa a estar presente na sessão parlamentar de recepção ao Presidente chinês, porque considera o regime de Pequim “uma ditadura com créditos firmados na violação dos Direitos Humanos”

Agora, a visita de Xi Jinping integra-se na estratégia chinesa que passa por reforçar as relações bilaterais com vários países europeus, numa altura em que se discute, sobretudo em Paris e Berlim, um aumento do escrutínio dos investimentos chineses no Velho Continente. Em cima da mesa está a possibilidade de Bruxelas vir a estabelecer um quadro jurídico para filtrar o investimento chinês em setores estratégicos da economia, procurando lançar luz sobre as nebulosas ligações entre os interesses públicos e privados no capitalismo chinês.

O homem que detém o poder supremo na segunda maior economia do mundo traz consigo a possibilidade de acordos nas áreas da energia, infraestruturas e ciência, mas outros dossiês, como a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a EDP e a continuidade dos avultados investimentos chineses em Portugal.

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