[weglot_switcher]

Assédio: Reitores apoiam criação de estratégia mas não vão ficar à espera

António Sousa Pereira, presidente do CRUP, reagiu ao anúncio do Governo: “o pior que podia acontecer agora era as universidades pararem com as estruturas e processos de acompanhamento de eventuais vítimas à espera que a estratégia seja concluída”.
1 Junho 2023, 14h30

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas – CRUP congratula-se com a decisão do Governo, anunciada esta quarta-feira, de que vai constituição uma comissão para definir uma estratégia nacional de prevenção do assédio nas universidades e politécnicos.

O CRUP afirma, no entanto, que as universidades não vão ficar paradas à espera que a constituição da comissão seja anunciada, que comece a funcionar e que proponha uma estratégia nacional: todos os mecanismos que já foram postos em marcha – códigos de ética e de conduta, portais de denúncia, garantias de anonimato, gabinetes de aconselhamento jurídico, unidades de apoio psicológico, etc. – deverão continuar a ser instalados e começar a funcionar em pleno.

“O pior que podia acontecer agora era as universidades pararem com as estruturas e processos de acompanhamento de eventuais vítimas à espera que a estratégia seja concluída: é preciso ter a funcionar tudo o que já foi lançado para prevenir e combater o assédio e que está a dar os primeiros passos”, afirma, António Sousa Pereira, presidente do CRUP e reitor da Universidade do Porto.

Para os reitores, é prioritário que as escolas universitárias, faculdades e centros de investigação organizem gabinetes de apoio psicológico e de aconselhamento jurídico para as vítimas de assédio e de discriminação dentro da comunidade académica. “Essas estruturas poderão depois adaptar os seus modos de funcionamento e as suas intervenções à estratégia nacional que for aprovada – agora, no entanto, o fundamental é que a sua instalação seja concluída e o seu funcionamento seja garantido, por forma a facilitar a audição rápida, e o posterior apoio, a quem se sinta vítima de comportamentos impróprios”.

De referir que em abril, o CRUP afirmou que “perante denúncias em nome próprio ou anónimas, as universidades deviam investigar até ao fim todos os casos apresentados, doesse a quem doesse, e tirar consequências do que fosse apurado”.

“Os reitores estão empenhados no apuramento rigoroso dos factos – o que implica, como é óbvio, a presunção de inocência – e em investigar de modo exaustivo denúncias de más práticas, de modo a contribuir para um bom ambiente de trabalho nas faculdades e a proteger os seus alunos e a reputação científica e pedagógica dos seus professores, assistentes e investigadores”, declarou, na altura, António Sousa Pereira.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, anunciou esta quarta-feira, 31 de maio, a constituição de uma comissão que vai elaborar a estratégia de prevenção do assédio nas instituições de ensino superior.

 

 

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.