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Associação de Ténis Feminino questiona veracidade de email enviado pela tenista chinesa desaparecida

“Tenho dificuldade em acreditar que Peng Shuai realmente escreveu o e-mail que recebemos ou que acredita nas afirmações que lhes estão a ser atribuídas”, disse Steve Simon, presidente da WTA, através de um comunicado.
18 Novembro 2021, 12h18

O presidente da Associação de Ténis Feminino (WTA) lançou dúvidas sobre um e-mail divulgado pela imprensa estatal chinesa atribuído à tenista Peng Shuai. A tenista está em paradeiro desconhecido há duas semanas, após ter alegado publicamente que teria sido vítima de agressão sexual por um alto funcionário do governo de Pequim.

Segundo a “BBC”, Steve Simon, presidente da WTA, disse que a mensagem “apenas levanta” as suas preocupações sobre a segurança de Peng. No e-mail, a tenista Peng Shuai afirma que as alegações “não são verdadeiras”.

“Tenho dificuldade em acreditar que Peng Shuai realmente escreveu o e-mail que recebemos ou que acredita nas afirmações que lhes estão a ser atribuídas”, disse Simon através de um comunicado.

Assinado por Shuei e publicado pela emissora estatal chinesa “CGTN”, no e-mail a tenista afirma que não está perdida nem insegura, acrescentando: “Acabei de descansar em casa e está tudo bem.”

Shuei, ex-tenista número um no ranking de duplas, não foi ouvida desde a publicação de uma alegação sobre o ex-vice-presidente Zhang Gaoli na rede social chinesa Weibo, no início deste mês.

Ela alegou que foi “forçada” a manter relações sexuais com Zhang – que serviu como vice-presidente do país entre 2013 e 2018 e era um aliado próximo de Xi Jinping. Peng Shuei não foi vista ou ouvida publicamente desde então.

Desde então, a WTA e as principais vozes do mundo do ténis têm falado cada vez mais sobre Shuei. No início desta semana, o tenista número um do mundo, Novak Djokovic, disse esperar que a tenista estivesse bem, acrescentando estar chocado, enquanto Naomi Osaka expressou preocupação sobre o paradeiro de colega de profissão.

Em resposta ao email publicado na quarta-feira, o presidente da WTA, Steve Simon, disse que o que recebeu “apenas levanta as minhas preocupações quanto à segurança e o paradeiro dela. A WTA e o resto do mundo precisam de provas independentes e verificáveis ​​de que ela está segura”, acrescentou.

Simon também reiterou que a denúncia de agressão sexual deve ser investigada “com total transparência e sem censura. As vozes das mulheres precisam de ser ouvidas e respeitadas, não censuradas nem ditadas”.

Peng Shuei, atualmente com 35 anos, é uma figura proeminente no ténis chinês. Venceu dois Grand Slams em Wimbledon em 2013 e o Open de França em 2014, ambos ao lado da tenista taiwanesa Hsieh Su-wei.

A sua alegação é o incidente de maior perfil no movimento #MeToo da China, numa altura em que faltam apenas dois meses da China sediar os Jogos Olímpicos de Inverno.

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