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Associações da União Europeia receberam centenas de contactos e queixas por caos na aviação no verão

Dados da Euroconsumers, uma organização europeia que junta cinco estruturas de defesa do consumidor, como a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), indicam que, em julho e agosto, registaram-se centenas de contactos de passageiros aéreos às estruturas em Portugal, Espanha, Bélgica e Itália por questões como cancelamentos, atrasos, problemas com bagagens e impossibilidade de contactar as companhias aéreas, sendo a transportadora Ryanair uma das mais visadas.
3 Setembro 2022, 10h24

As associações europeias de defesa do consumidor receberam, este verão, centenas de contactos e queixas de passageiros por violação dos seus direitos em situações como cancelamentos ou atrasos, acusando as companhias aéreas de não respeitarem as regras comunitárias.

Dados da Euroconsumers, uma organização europeia que junta cinco estruturas de defesa do consumidor, como a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), indicam que, em julho e agosto, registaram-se centenas de contactos de passageiros aéreos às estruturas em Portugal, Espanha, Bélgica e Itália por questões como cancelamentos, atrasos, problemas com bagagens e impossibilidade de contactar as companhias aéreas, sendo a transportadora Ryanair uma das mais visadas.

Dados da Euroconsumers enviados à agência Lusa revelam que, no caso de Portugal, a DECO recebeu 247 contactos – incluindo por telefone, correio e na plataforma ‘online’ Reclamar – no mês de julho, aos quais acrescem 354 contactos em agosto (até à passada segunda-feira), num total de 601 este verão.

Segundo os dados da DECO, a TAP foi a principal visada (483 contactos), seguindo-se a Easyjet (54) e a depois a Ryanair (17).

No total, registaram-se em Portugal 308 contactos sobre cancelamentos, 197 sobre atrasos e 30 sobre bagagem perdida, sendo estes os principais problemas relatados pelos consumidores portugueses, aos quais a DECO respondeu com informações sobre os direitos dos passageiros e sobre formas de reclamação e de defesa.

Depois de muitos aeroportos europeus, inclusive o de Lisboa, terem registado dificuldades operacionais, adiamentos, cancelamentos e filas, devido à falta de pessoal e de equipamentos, os dados da Euroconsumers facultados à Lusa retratam uma situação semelhante em vários países da UE, como em Espanha, onde a Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU) diz ter tido mais de 800 reclamações referentes aos serviços aéreos em julho, com os principais problemas relatados a serem cancelamentos (374), cláusulas abusivas ou reembolsos (172), atrasos (123), problemas com bagagens (98), modificações de reservas (88) e recusas de embarque (32).

De acordo com a OCU, as principais empresas mencionadas foram a Ryanair (202), Vueling (134) e Iberia (96).

Já a organização belga Test Achats teve em julho e agosto (até à passada segunda-feira) um total de 712 casos, com as principais questões denunciadas a serem cancelamentos de voo (231), atrasos (75), bagagens quebradas (62), rutura de contratos (54) e dificuldades em contactar a companhia aérea (49), sendo as transportadoras aéreas mais visadas a Ryanair (211), a Brussels Airlines (72) e a TUI (16).

Dados do projeto CICLE, que junta a UCO e a associação italiana Altroconsumo, revelam um “aumento das queixas sobre bagagens e queixas sobre atrasos quase duplicou” no verão, não apenas na aviação, mas também noutro tipo de transportes, de acordo com a Euroconsumers.

O setor da aviação na UE esteve, este verão, sob elevada pressão pela falta de recursos humanos, após o elevado número de despedimentos devido à pandemia de Covid-19, com a retoma mais rápida e acentuada do que previsto a levar a situações como atrasos, cancelamento e adiamento de voos e problemas nas bagagens um pouco por todo o espaço comunitário.

A Euroconsumers é uma organização sem fins lucrativos que junta cinco organismos nacionais de consumidores da UE, entre os quais a DECO, representando mais de 1,5 milhões de pessoas para garantir a segurança e justiça no mercado europeu.

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