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Até a neve está contaminada pelos elevados níveis de poluição na China

Níveis de poluição atmosférica em território chinês rondam os 500, quando a partir dos 100 já é considerado nocivo para a saúde.
  • REUTERS/Stringer
9 Janeiro 2017, 17h42

A queda de neve geralmente é sinónimo de brincadeira e diversão entre miúdos e graúdos. Mas esse não é o caso da China, onde as autoridades estão a recomendar à população que permaneça em casa e evite qualquer contacto com a neve. “Está suja, muito suja!”.

Segundo o Ministério do Ambiente chinês, quase dois terços das cidades chinesas foram afetadas pelo espesso manto de gases tóxicos nos últimos meses. E se a ameaça de poluição era grande, agora é ainda maior com a solidificação das partículas tóxicas e o aumento da probabilidade de contaminação da população.

“Sugerimos a todos que se mantenham em casa”, aconselha o Departamento Meteorológico de Pequim. “Não é pretensioso usar um guarda-chuva num dia de neve, é aconselhável”.

Segundo o periódico espanhol El País, nos últimos dias os níveis de poluição no ar atingiram os 470, quando a partir dos 100 já é considerado nocivo para a saúde. A elevada quantidade de micropartículas poluentes pode fixar-se no fundo dos pulmões ou mesmo entrar na corrente sanguínea, causando graves riscos para a saúde.

“Aconselhamos as pessoas a não andarem ao ar livre. A neve está suja, muito, muito suja!”, alertam as autoridades chinesas.

O Governo voltou a decretar o primeiro alerta vermelho do ano (o mais elevado num sistema de quatro cores). As atividades escolares foram canceladas para evitar a exposição prolongada à poluição e as empresas devem adotar um horário de trabalho mais flexível. A circulação rodoviária deve ser feita em dias alternados, conforme o número da matrícula de cada carro. As fábricas e estaleiros mais poluentes estão a ser obrigados a interromper a produção.

Em 2014, a China declarou “guerra aberta” à poluição atmosférica, depois de em 2012 terem morrido cerca de 1 milhão de pessoas devido aos elevados níveis de poluição atmosférica.

No entanto, este continua a ser um grande problema para o país. O primeiro dia do novo ano ficou marcado pelo regresso de um espesso manto de gases tóxicos resultante dos elevados níveis de poluição, que ultrapassaram 24 vezes os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A 15 de dezembro a China foi atingida pela maior vaga de poluição do ano, tendo sido decretado alerta vermelho em várias províncias do país.

Esta segunda-feira, o Governo chinês lançou também um novo plano de energia que prevê o investimento de cerca de 350 mil milhões de euros em energias renováveis entre 2017 e 2020. O Governo chinês tenciona reduzir o consumo de carvão para 58% nos próximos três anos.

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