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Atentados terroristas em Mogadíscio já causaram mais de 500 vítimas mortais em 2017

Desde o início do ano registaram-se dezenas de atentados terroristas na capital da Somália. Os números são impressionantes: mais de 500 mortos e 600 feridos. Ontem explodiram dois “carros-bomba”, matando pelo menos 10 pessoas. O movimento fundamentalista Al-Shabaab tem reivindicado a autoria dos sucessivos massacres.
29 Outubro 2017, 13h29

Pelo menos 10 pessoas morreram ontem em Mogadíscio, Somália, vítimas de dois atentados terroristas que foram perpetrados através de “carros-bomba”. De acordo com a estação de televisão Al-Jazeera, um dos “carros-bomba” explodiu junto a um hotel da capital, onde o presidente da Somália, Abdullahi Farmajo, tinha uma reunião agendada para hoje. Seguiu-se a explosão de outro “carro-bomba” nas imediações de um edifício parlamentar. O movimento fundamentalista Al-Shabaab (“A Juventude”, em árabe) reivindicou a autoria dos dois atentados terroristas.

Desde o início de 2017 já se registaram mais de 20 atentados terroristas em Mogadíscio, matando pelo menos 500 e ferindo mais de 600 pessoas (todas ou quase todas muçulmanas, na medida em que 99,9% da população da Somália professa essa religião). O maior massacre ocorreu no dia 14 de outubro, quando a explosão de um “camião-bomba” causou 358 vítimas mortais. Também foi reivindicado pelo Al-Shabaab.

Na sequência desse atentado terrorista, o mais mortífero na História da Somália, foi noticiado que o presidente Abdullahi Farmajo estaria prestes a anunciar um “estado de guerra” contra o Al-Shabaab. Contudo, o movimento fundamentalista voltou ontem à carga, visando um hotel onde o presidente tinha uma reunião agendada. Além da Somália, o Al-Shabaab também tem perpetrado atentados terroristas no vizinho Quénia.

Os militantes do Al-Shabaab defendem a corrente “wahabita” (com origem na Arábia Saudita) do Islão. Mas a maior parte da população somali professa o sufismo, corrente mística do Islão. Estima-se que o Al-Shabaab tenha entre 7.000 e 9.000 combatentes. Nas regiões que controla, no sul da Somália, tem imposto a “sharia” (lei islâmica) na sua versão mais estrita e repressiva de direitos humanos fundamentais.

 

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