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Aumento da margem financeira, dos depósitos e número de contas impulsiona rendimentos do Banco CTT

Apesar do atual estado da economia e dos efeitos da pandemia, o Banco CTT registou um crescimento de 63%, para 38,4 milhões de euros, nos rendimentos do primeiro semestre de 2020. O banco registou 2,9 mil pedidos de moratórias, expondo um total de 66,6 milhões de euros, o que representa “cerca de 7% do total da carteira bruta de crédito” da instituição bancária.
5 Agosto 2020, 19h09

Os CTT divulgaram esta quarta-feira as contas relativas ao primeiro semestre de 2020, incluindo dados do Banco CTT. O banco da operadora postal registou um crescimento de 63%, para 38,4 milhões de euros, nos rendimentos entre janeiro e junho, devido à performance positiva da margem financeira, ao incremento dos depósitos de clientes e ao aumento do número de contas na instituição bancária.

“Os rendimentos do Banco CTT atingiram 38,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, um crescimento de 14,8 milhões de euros, face a igual período do ano anterior, sendo 11,2 milhões de euros provenientes da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019”, começa por explicar o banco.

Não fosse o impacto da 321 Crédito, que os CTT consideram “efeito inorgânico”, os rendimentos do banco seriam de 22,1 milhões de euros, “mais 3,7 milhões de euros (+19,8%)” do que em igual período de 2019.

“O crescimento dos rendimentos contou com a performance positiva da margem financeira no primeiro semestre deste ano, 12,3 milhões de euros (+135,3%) acima do mesmo período de 2019, crescimento esse que teria sido de 3,2 milhões de euros (+63,2%)”, excluindo o impacto da 321 Crédito.

Acresceu o desempenho comercial do Banco CTT, que “permitiu o incremento dos depósitos de clientes para 1.512 milhões de euros (mais 42,1% do que no primeiro semestre de 2019 e mais 17,8% do que no final do ano de 2019) e do número de contas, para 489 mil contas (mais 81 mil do que no primeiro semestre de 2019 e mais 28 mil que no final do ano de 2019)”, segundo o relatório de contas.

Por sua vez, as comissões recebidas pela instituição bancária dos CTT cresceram 62,5% no final de junho, ou 2,2 milhões de euros, “sobretudo pelo aumento da transacionalidade dos clientes (+20,7%) e das contas e cartões, impulsionadas a partir do início no mês de abril pela introdução de um modelo de comissionamento do cartão de débito”. A cobrança deste tipo de anuidades contribuiu, assim, “para um crescimento das comissões no segundo trimestre face” a igual período de 2019  (612,9%).

Contudo, a área de negócio pagamentos do banco registou um decréscimo das comissões recebidas, que se fixaram em 1,8 milhões de euros entre janeiro e junho, o que corresponde a uma quebra de 18,2% em termos homólogos, com rendimentos totais de oito milhões de euros.

Neste caso, “as receitas foram fortemente afetadas pela redução da procura de serviços transacionais na área de pagamentos, no decurso das medidas de restrição impostas pelo Estado de Emergência”.

Quanto às comissões relativas ao crédito ao consumo, o Banco CTT anunciou um aumento de 11,9%, “apesar de afetadas pelo atual contexto económico”. “Se no primeiro trimestre de 2020, cresceram 80,3%, face a igual período do ano anterior, no segundo trimestre de 2020 decresceram 37,7%, com uma redução dos volumes de produção de 64,4%, face ao segundo trimestre de 2019, e de 59,5%, face ao primeiro trimestre de 2020”, detalhou a empresa.

Relativamente ao crédito automóvel, os rendimento do Banco CTT nesta rubrica “mantiveram-se estáveis, com uma média trimestral de 2,7 milhões de euros por mês em ambos os trimestres do primeiro semestre de 2020, com uma carteira de crédito líquida de imparidades de 506,1 milhões de euros (mais 7,8% face a dezembro de 2019)”.

Não obstante, “o volume de produção de crédito automóvel foi fortemente afetado pelo encerramento dos pontos de venda”, devido à pandemia da Covid-19, “iniciando em meados do mês de março uma trajetóra decrescente das novas propostas angariadas”. A situação, segundo os CTT, prolongou.se “até à segunda semana do mês de maio, a partir do qual se inverteu o ciclo”.

Já a carteira de crédito habitação líquida de imparidades situou-se em 472,7 milhões de euros, um valor 16,7% superior ao verificado em dezembro de 2019. O Banco CTT registou um crescimento de 3,5% na produção de crédito à habitação no primeiro semestre de 2020, face a igual período de 2019, embora tenha registado “um decréscimo de 16,4% ” na transição do primeiro para o segundo trimestre de 2020.

Os efeitos da pandemia da Covid-19 também contribuíram para a quebra de 84,3%, para 22,2 milhões de euros, nas colocações dos planos de poupança-reforma (PPR) no final de junho. “Não obstante a produção deste produto face ao ano anterior também estar influenciada pela alteração do perfil de risco do produto, que deixou de ter capital garantido, o que por si só retraiu a procura”, a empresa disse que “os efeitos do período de confinamento contribuíram para a redução do primeiro trimestre de 2020 para o segundo trimestre de 2020”. Nesta rubrica, os CTT garantiram que as comissões recebidas continuaram a crescer, “neste caso 800 mil euros”, no primeiro semestre do ano.

Já o volume do PPR atingiu os 378,8 milhões de euros, “127% acima do primeiro semestre de 2019”.

Os CTT registaram, ainda, que no Banco CTT 2,9 mil pedidos de moratórias – “públicas e privadas” -, expondo um total de 66,6 milhões de euros, o que representa “cerca de 7% do total da carteira bruta de crédito” da instituição bancária.

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