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Aumento das portagens em 2019 vai sentir-se mais nos trajetos longos e nos pesados

As concessionárias propuseram um aumento médio de 0,89% das portagens a partir de 1 de janeiro próximo, uma proposta que terá agora de ser aceite pelo Governo. De acordo com a simulação que o Jornal Económico efetuou, por exemplo, em relação às pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, não estão previstos aumentos de portagens nessas pontes a partir de 1 de janeiro para os veículos ligeiros.
14 Novembro 2018, 15h10

O aumento de portagens que as concessionárias de autoestradas e pontes propuseram esta quinta-feira, dia 13 de novembro, ao Governo deverá sentir-se apenas de forma mais acentuada nos trajetos mais longos e em relação aos veículos pesados, que pagam taxas de portagem mais elevados. As concessionárias sugeriram ontem uma subida do preço médio de 0,89% das portagens a partir de 1 de janeiro de 2019, uma proposta que terá agora de ser aceite pelo Executivo.

Se esta proposta for aceite, o aumento de 0,89% é calculado sobre a taxa de portagem em vigor em cada sublanço, numa base de múltiplos de cinco em cinco cêntimos, sendo alvo de arredondamentos. Se o resultado daí decorrente não permitir arredondamento ou subida equivalente a cinco cêntimos, o preço da taxa de portagem naquele sublanço mantém-se inalterável para o ano seguinte.

De acordo com a simulação que o Jornal Económico efetuou, por exemplo, em relação às pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, não estão previstos aumentos de portagens nessas pontes a partir de 1 de janeiro para os veículos ligeiros. Aplicando a atualização de 0,89% à atual taxa de 1,75 euros cobrada aos veículos ligeiros na ponte 25 de Abril, chegamos a um valor de 1,765 euros, insuficiente para despoletar o arredondamento superior no mecanismo dos múltiplos de cinco cêntimos.

Na Vasco da Gama, onde um carro ligeiro paga hoje em dia 2,75 euros por cada travessia, o aumento em causa seria para 2,774 euros, igualmente insuficiente para se proceder a uma atualização da taxa de portagem para o próximo ano.

No caso dos carros ligeiros, é relevante referir que a partir de 1 de janeiro entrará em vigor uma reclassificação de diversos veículos, pelo que um determinado automobilista poderá passar a pagar mais ou menos taxas de portagens por via dessa alteração, e não apenas devido à atualização das taxas de portagem.

Ainda no caso das pontes, a situação já é diferente para os veículos pesados de classe 4. Os camiões mais pesados pagam sete euros na ponte Vasco da Gama e com este aumento, o valor passaria para 7,062 euros, pelo que a taxa de portagem deverá aumentar para 7,05 cêntimos, ou seja, mais cinco cêntimos por cada passagem.

Na ponte Vasco da Gama, os camiões pagam hoje em dia 11,8 euros. Aplicando a taxa de 0,89% proposta, chegamos aos 11,905 euros, pelo que a taxa de portagem a aplicar a partir de 1 de janeiro nesta travessia para este tipo de veículos pesados deverá ser de 11,9 euros, ou seja, mais dez cêntimos por passagem em relação às portagens atuais.

Uma das autoestradas mais concorridas do país, a A5, entre Lisboa e Cascais, deverá manter as taxas de portagem inalteradas: um carro ligeiro paga hoje 1,35 euros; com o aumento proposto a variação iria para 1,362 euros, insuficiente para aumentar a taxa de portagem em questão.

Também na vertente dos veículos pesados, que têm uma taxa de portagem hoje em dia de 2,70 euros na A5, o aumento proposto de 0,89% elevaria a fasquia para 2,724 euros, igualmente insuficiente para fazer elevar a taxa de portagem dos pesados. No entanto, em trajetos mais longos, como entre Lisboa e o Porto (A1), onde um carro ligeiro paga hoje 21,8 euros, ou entre Lisboa e o Algarve (A2), onde esse mesmo tipo de veículo paga 20,45 euros, é possível que se note mais o efeito da taxa de atualização proposta de 0,89%.

É, contudo conveniente perceber que a taxa de 0,89% não se aplica ao preço final dos trajetos em causa, mas sim aos preços de cada uma das taxas de portagem dos diversos sublanços destas e das outras autoestradas existentes em Portugal.

O aumento anual das portagens é definido de acordo com a evolução da taxa de inflação ocorrida em outubro.

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