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Austrália anuncia sanções contra 28 russos após anexação

As novas sanções visam pessoas que violam a lei internacional para “legitimar as ações ilegais da Rússia na Ucrânia por meio de falsos referendos, desinformação e intimidação”, referiu o comunicado.
2 Outubro 2022, 09h19

A Austrália anunciou este domingo a imposição de novas sanções financeiras e proibições de viagem a 28 russos, incluindo separatistas, ministros e altos funcionários, depois da anexação pela Rússia de quatro regiões ucranianas.
A medida é uma resposta à Rússia e a uma ” guerra unilateral, ilegal e imoral contra a Ucrânia”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros australiano.

“Estas sanções adicionais reforçam a forte objeção da Austrália às ações do Presidente [russo Vladimir] Putin e daqueles que cumprem as suas ordens”, disse a ministra Penny Wong, citada num comunicado divulgado este domingo.

A Austrália já tinha imposto uma série de sanções a entidades e indivíduos russos ligados à invasão militar que começou a 24 de fevereiro.

As novas sanções visam pessoas que violam a lei internacional para “legitimar as ações ilegais da Rússia na Ucrânia por meio de falsos referendos, desinformação e intimidação”, referiu o comunicado.

Wong descreveu a anexação das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson – territórios ucranianos parcialmente sob controle militar russo – como “ilegal” e considerou que os “referendos russos nas áreas ocupadas da Ucrânia são ilegítimos e não têm efeito legal”.

“As áreas da Ucrânia atualmente ocupadas pelas forças russas são território soberano da Ucrânia. Nenhum referendo falso mudará isso”, enfatizou a ministra.

Putin assinou na sexta-feira, em Moscovo, os tratados de anexação das quatro regiões, apesar da condenação internacional e da Ucrânia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Austrália informou ainda que Camberra enviou uma intervenção ao Tribunal Internacional de Justiça em apoio à Ucrânia, que acusa a Rússia de cometer genocídio.

A ofensiva militar da Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os sectores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.

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