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Austrália: oposição trabalhista venceu as eleições

O primeiro-ministro em exercício, Scott Morrison (na foto), já admitiu a derrota. A campanha eleitoral esteve focada no custo de vida e nas mudanças climáticas. Com a China em pano de fundo.
21 Maio 2022, 14h41

O Partido Trabalhista de Anthony Albanese, até agora na oposição, venceu as eleições australianas, numa altura em que ainda não é claro se o partido conseguirá ou não uma maioria absoluta. As sondagens, que acertaram no vencedor, apontam para que os trabalhistas consigam 80 lugares em 151, suficientes para governarem sozinhos.

“Quero unir o país”, disse este sábado Albanese, citado pela imprensa australiana, depois de levar seu partido à vitória eleitoral ao cabo de quase dez anos na oposição. “Acho que as pessoas estão fartas de divisão, o que elas querem é unirem-se como nação e pretendo liderar esse processo.”

A coligação de centro-direita, liderada pelo primeiro-ministro Scott Morrison, garantiu até agora 51 lugares, enquanto os trabalhistas já asseguraram 72. Os resultados finais podem levar algum tempo dado existir um número recorde de votos por correspondência.

“Falei com o líder da oposição e o novo primeiro-ministro Anthony Albanese, e dei-lhe os parabéns pela sua vitória eleitoral”, disse Morrison, para revelar que vai deixar o cargo de líder do Partido Liberal.

Os resultados revelam também um forte desempenho de candidatos independentes, o que leva os analistas a considerarem que a tradicional bipolarização partidária pode estar a ceder.

Se os trabalhistas não conseguirem garantir uma vitória absoluta, a Austrália terá um parlamento suspenso pela primeira vez desde 2010. As sondagens indicavam também que o fôlego trabalhista veio perdendo efeito sobre o eleitorado e que os liberais foram conseguindo equilibrar as intenções de voto enquanto as eleições se aproximavam.

Morrison pretendia tornar-se o primeiro primeiro-ministro a vencer duas eleições consecutivas desde John Howard em 2004. O Partido Trabalhista conquistou sua primeira vitória eleitoral desde 2007. O voto é obrigatório na Austrália e pouco mais de 17,2 milhões de pessoas inscreveram-se para votar, de acordo com a Comissão Eleitoral Australiana (AEC).

Números recordede eleitores votaram em centros de votação antecipada ou por meio de votos postais, com mais da metade do total de votos a surgir até à noite de sexta-feira.

A campanha concentrou-se fortemente no aumento do custo de vida, com a Austrália a conhecer a sua maior taxa de inflação em 21 anos; o banco central está a aumentar as taxas de juros pela primeira vez desde 2010.

As relações com a China, o maior parceiro comercial do país, e o facto de Pequim querer construir uma base militar nas Ilhas Salomão, a nordeste da Austrália, foram outro tema central das eleições.

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