O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, anunciou hoje que vai retomar nos próximos meses as negociações sobre um acordo de livre comércio com a UE.
O líder australiano salientou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou, na quarta-feira, à margem da cimeira da NATO em Madrid, a vontade de que as negociações sejam retomadas em breve.
“Isso significa que haverá mais negociações, a começar em outubro, ou ainda mais cedo. Sabemos que, para avançar no acordo, temos que ver um progresso real até março”, disse Albanese, aos jornalistas em Madrid.
O novo primeiro-ministro trabalhista, que tomou posse no final de maio, disse acreditar que as negociações com a UE foram paralisadas pela decisão, do anterior governo conservador australiano, de romper unilateralmente um acordo com uma empresa francesa de fabrico de submarinos.
As negociações com a UE estão paradas há quase um ano, de acordo com o atual executivo, também devido à perceção de que a Austrália estava relutante em medidas contra a emergência climática, algo que Albanese prometeu reverter.
O responsável australiano disse ter falado em Madrid com vários líderes, incluindo o norte-americano, Joe Biden, e o francês, Emmanuel Macron, com os quais se vai reunir, esta semana em Paris, para tentar reparar as relações bilaterais.
Os laços foram prejudicados em setembro de 2021, quando a Austrália rompeu um acordo com o grupo francês Naval para construir uma dúzia de submarinos movidos a diesel, uma decisão pela qual o país vai pagar 555 milhões de euros de compensação.
Albanese disse ter aproveitado o encontro com Macron para “falar sobre os interesses” e os planos da Austrália.
“O mundo percebeu que a Austrália tem uma posição diferente sobre a crise climática. Isso dá à Austrália um lugar à mesa global de oportunidades”, acrescentou.
Dias antes de romper o contrato com a empresa francesa, o ex-governo australiano assinou um acordo de defesa com os Estados Unidos e o Reino Unido, através do qual pode ter acesso a submarinos nucleares de tecnologia norte-americana.
O pacto trilateral, conhecido como AUKUS, visa combater a expansão da influência da China na região estratégica do Indo-Pacífico.
Albanese, que prometeu dar mais apoio à NATO e participar em alguns exercícios militares da aliança atlântica no final de 2022, recomendou que Pequim analise “a determinação que existe em todo o mundo” em solidariedade com a Ucrânia, na sequência da invasão russas.
A China “devia condenar a ação da Rússia”, disse o primeiro-ministro australiano.
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