O acordo político entre ministros das Finanças, alcançado em dezembro passado, poderá vir a ser o fim do equilíbrio orçamental europeu, tal como desenhado em Maastricht há mais de 30 anos.
A narcose coletiva que o país vive desde as legislativas, tem distraído os economistas de dissecarem a forte recessão que assola a Alemanha e suas consequências em Portugal e na zona euro.
Para os mais distraídos, arrogo-me dizer que a literatura económica tem sérias reservas quanto à possibilidade de um “choque fiscal” ter um efeito expansionista.
O New Generation EU serviu sobretudo, do ponto de vista da política económica, para demonstrar que é possível envidar esforços coletivos para promover a recuperação europeia.
Quem sabe, com um pequeno empurrão no sentido dos seus princípios desenvolvimentistas, as instituições de Bretton Woods deixarão finalmente de estar obsoletas.