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Autoridades receberam mais de três mil queixas de violência no namoro em 2021

A GNR e a PSP indicam que parte dos crimes identificados como violência no namoro foram denunciados por jovens até aos 24 anos e que a grande maioria era do género feminino.
14 Fevereiro 2022, 11h03

A Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) registaram 1.105 e 2.215 crimes, respetivamente, relativos a violência no namoro no total do ano de 2021, perfazendo um total de 3.320 queixas. Com o aumento de crimes verificados verificados entre 2020 e 2021, as autoridades estão a realizar uma campanha de prevenção e sensibilização, tendo como objetivo combater comportamentos violentes e agressões.

As operações das forças de autoridade visam chegar às camadas mais jovens, onde têm sido identificados comportamentos de violência precoce. “Com o intuito de alterar comportamentos e evitar que a violência se prolongue no futuro, é intenção, com esta campanha, sensibilizar os nossos jovens, para que digam não à violência e para que consigam travar este tipo de comportamentos quer para si próprios quer para os outros”, escreve a GNR em comunicado.

A campanha #VaisParar da GNR, que decorre até 20 de fevereiro, quer incentivar os jovens a denunciar e a não aceitar qualquer tipo de violência. “É importante alertar os jovens para a importância das relações saudáveis, baseadas em princípios e valores tais como a auto-estima, o respeito e a tolerância, que são pilar das relações de namoro, promovendo uma cultura anti-violência através de uma maior consciencialização”.

Por sua vez, a campanha da PSP vai decorrer até ao próximo dia 25 e pretende reforçar o compromisso da prevenção da violência doméstica e da violência do namoro.

“Esta operação tem como principal objetivo promover ações de sensibilização direcionadas para os jovens do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário (faixa etária dos 13 aos 18 anos), através dos Polícias afetos ao Programa Escola Segura (PES), subordinadas à temática da violência doméstica e no namoro”, aponta a PSP em comunicado.

A GNR acrescenta que “a prevenção, a investigação e o acompanhamento do crime de violência doméstica são prioridades da atual política criminal e constituem-se como uma absoluta prioridade” para o seu programa, tendo apostado em ações de formação ao seu efetivo, de forma a que esteja mais preparada para agir e acompanhar este tipo de situações.

“A intervenção precoce é um dos princípios de atuação consagrado na legislação de menores em Portugal e, particularmente nesta matéria, são reconhecidos os efeitos negativos na formação da personalidade e referências sociais das crianças quando expostas à violência em ambiente familiar”, indica a PSP, acrescentando que a “violência não é tolerável, nem desculpável, mas quem agride precisa de ser ajudado”.

As autoridades relembram que a violência pode assumir várias vertentes: física, psicológica, emocional, social, sexual e económica e que “injuriar, ameaçar, ofender, agredir, humilhar, perseguir ou devassar a intimidade são formas dessa violência”.

Dados da GNR notam que dos 1.10 crimes de violência no namoro identificados em 2020, 365 vítimas encontravam-se na faixa etária até aos 24 anos. Já nos 1.105 casos identificados em 2021, 332 vítimas tinham até 24 anos, observando-se uma diminuição. A PSP nota que das mais de 2.215 denúncias, a maioria provinha de vítimas do género feminino.

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