O administrador da ESCOM Luís Horta e Costa considerou hoje que a avaliação feita pelo BES Investimento para a alienação da empresa era “um bocadinho salgada” e “difícil de sustentar”, mas que a administração nunca foi “chamada a pronunciar-se”.
“Estes tipos da administração da ESCOM nunca tiveram uma palavra a dizer na avaliação da ESCOM. Nunca fomos chamados a pronunciar-nos sobre se estávamos ou não de acordo com a avaliação, se era defensável ou não”, afirmou Luís Horta e Costa.
O administrador da ESCOM, que está a responder desde cerca das 16:15 a questões colocadas pela deputada do CDS-PP Cecília Meirelles na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), disse ainda que foi a Rioforte que encomendou a avaliação da empresa ao BES Investimento.
Salientando que o modelo inicial de venda da ESCOM previa que a administração se mantivesse nos três anos após a alienação, Luís Horta e Costa disse que “como administrador tinha as maiores dificuldades em defender números” para os quais não tinha contribuído.
“Não estou aqui a sacudir a água do capote. Só não achávamos que [o valor para a venda] era o ideal, dadas as dificuldades que o GES atravessava – até para o aumento de capital do BES em 2011. Achávamos que por prémios de controlo em cima da avaliação era difícil de sustentar, era esticar a corda”, disse.
“Não tem nada de sarcástico, mas achava que era um bocadinho salgada”, afirmou Luís Horta e Costa.
A venda da ESCOM, empresa do GES que geria os ativos não financeiros em Angola, foi noticiada por diversas vezes como estando em curso, sendo a Sonangol a entidade que iria fazer a aquisição, através da empresa Newbrook.
Dessa venda, e segundo disse no parlamento no final do ano paasado, Álvaro Sobrinho, antigo presidente do BES Angola (BESA), assegurou que um sinal de 85 milhões de dólares sobre o acordo de venda da ESCOM chegou à Espírito Santo Resources.
Segundo disse hoje Luís Horta e Costa, “tanto quanto sabe” e admitindo que “tenha havido mudanças de controlo dentro do GES”, a Espírito Santo Resources é acionista da ESCOM.
Questionado pela deputada centrista sobre se teria sido recebido mais algum pagamento além do sinal, o administrador da ESCOM disse que “nunca viu” e que “nunca passou pelas mãos”.
OJE/Lusa