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Avanço da extrema-direita alemã não chega para vencer estados de Leste

Alternativa para a Alemanha subiu para 27,5% na Saxónia e para 23,5% em Brandenburgo, sem por isso impedir as vitórias de democratas-cristãos e de sociais-democratas. Mas a líder nacional do partido anti-imigração acredita que o governo federal de Angela Merkel recebeu uma punição.
  • Stefanie Loos/Reuters
2 Setembro 2019, 07h25

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) confirmou a tendência de subida nas eleições para os parlamentos da Saxónia e de Brandenburgo, que antes da reunificação pertenciam à República Democrática Alemã, mas não impediram a vitória de democratas-cristãos e sociais-democratas nos dois estados.

O melhor resultado do partido conhecido pela retórica anti-imigração foi na Saxónia, onde ficam situadas cidades como Dresden e Leipzig. A AfD obteve 27,5% dos votos, muito acima do resultado obtido nas últimas eleições regionais, disputadas em 2014, mas em linha com as eleições nacionais, ganhando terreno aos democratas-cristãos da CDU, que desceram para 32,1% mas não deverão ter problemas em manter Michael Kretschmer como ministro-presidente. Afinal, todos os outros partidos estão em crise e o centro-esquerda do SPD caiu para o mínimo histórico de 7,7%, sendo apenas o quinto partido mais votado, atrás dos esquerdistas da Linke e dos Verdes.

Apesar da queda do SPD, foi possível ao partido vencer no estado de Brandenburgo, um dos seus bastiões, mesmo descendo para apenas 26,2%, pouco acima dos 23,5% obtidos pela extrema-direita. Bastante mais atrás veio a lista da CDU, com 15,6%, reforçando a convicção na líder nacional da AfD, Alice Weidel, que o governo de coligação liderado pela chanceler Angela Merkel recebeu uma punição do eleitorado pelas políticas que tem vindo a seguir, nomeadamente no que toca à imigração.

Outra consequência é que, com todos os outros partidos a recusarem acordos com a AfD, a pulverização do eleitorado e a baixa percentagem de votos e de mandatos obtidos pelos vencedores farão com que o executivo dos estados da Saxónia e de Brandenburgo possa implicar coligações entre pelo menos três partidos.

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