Os países que mais azeite produzem a nível mundial são aqueles que mais sentem o aumento do preço produto, de acordo com as informações estatísticas disponibilizadas pelo Eurostat. Portugal, Espanha, Itália e Grécia estão na lista de países onde o preço desta gordura essencial na gastronomia mediterrânica mais subiu, em comparação com os valores de 2022.

Preços dos combustíveis e azeite voltam a acelerar e a pressionar inflação

Num artigo publicado no “El Economista” esta segunda-feira, Portugal surge entre os países que mais viram o azeite encarecer em julho face ao mesmo mês do ano passado: mais 27,8%, abaixo da zona euro e da União Europeia mas ainda assim muito acima da Grécia (um dos grandes produtores europeus), onde o preço do azeite subiu 18,9%.

Nota este jornal espanhol que a incidência do aumento de preços não foi tão notória em setembro de 2019, altura em que o preço deste produto encareceu 11,6% em Portugal, um aumento que não foi muito diferente noutros países produtores europeus.

Espanha, que apresenta uma quota de produção de 42,5% e é de longe o país que mais azeite produz no mundo, apresenta a maior subida de preço deste produto no continente europeu face a julho do ano passado: 38,8%. Itália, que produz 10% de todo o azeite que é consumido a nível mundial, é o segundo país com o maior crescimento do preço deste produto: 30,7%. Dinamarca e Roménia, países que não se produz azeite, são os países da Europa com menor aumento de preço desta gordura: 7,8% e 7,5%, respetivamente.

A inflação voltou a acelerar em Portugal após vários meses de recuo e, além dos combustíveis, um produto essencial para o quotidiano dos portugueses regista uma subida assinalável de preço: o azeite. Depois de várias campanhas agrícolas progressivamente piores, a escassez deste produto basilar para a alimentação nacional é cada vez mais evidente, um problema agravado pela subida de custos transversal aos restantes sectores intensivos em energia e aos principais produtores europeus, como se pode verificar em Espanha.