Marie-Eve Signeyrole encenou e a Orquestra Gulbenkian, dirigida pelo maestro Ben Glassberg, dialoga com o clarinetista e compositor YOM para guiar o público nesta viagem dramática, protagonizada por migrantes em fuga de conflitos sangrentos na Síria, no Sudão ou no Afeganistão. Uma fuga que se faz ao som da Sinfonia n.º 7 de Beethoven e que leva ao palco do Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, um tema premente da atualidade.
Se já o era agora ainda mais, estando em curso uma guerra que já fez mais de um milhão de pessoas deslocar-se do seu país. A Ucrânia não é aqui invocada, mas este novo drama insinuar-se-á, inevitavelmente, ao longo deste espetáculo transdisciplinar que evoca a história de Houria, uma jovem da Eritreia que escondeu uma boneca debaixo da roupa para fingir que estava grávida e assim tentar proteger-se da violência a que muitas mulheres estão expostas quando procuram refúgio num local seguro.
A viagem até esse “porto de abrigo” encerra múltiplos perigos e violência. E é precisamente esta a matéria de que é feita “Baby Doll”, de histórias que cruzam factos verídicos, a que os performers e bailarinos Annie Hanauer, Stencia Yambogaza e Tarek Aït Meddour emprestam o seu corpo e sentimento, a esta odisseia feminina que tem no Mediterrâneo outro enorme obstáculo.
Histórias de coragem, medo, dor, superação. Um objeto sinfónico que traz Beethoven para um drama contemporâneo, que corre riscos e que busca a universalidade através da criação musical.
O espetáculo “Baby Doll” será apresentado nos dias 1 e 2 de abril no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Sexta-feira às 21h00 e sábado às 19h00. Consulte aqui o programa.
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