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Baía do Tejo procura investidores internacionais para a margem Sul

A Baía do Tejo gere cerca de 800 hectares de terrenos de parques empresariais, a maioria dos quais na margem Sul do Tejo, anteriormente pertencentes à Lisnave, CUF e Siderurgia Nacional.
6 Fevereiro 2017, 07h30

A Baía do Tejo, empresa pública que gere os parques empresariais que pertenceram à Lisnave (Almada), CUF (Barreiro) e Siderurgia Nacional (Seixal) vai tentar captar investidores internacionais na MIPIM, uma das maiores feiras mundiais de imobiliário, que se vai realizar de 14 a 17 de março, em Cannes.

A empresa liderada por Jacinto Pereira vai promover os cerca de 800 hectares de parques empresariais que gere, a sua maioria na margem sul do Tejo, nos referidos três concelhos.

Numa estratégia de crescente aposta na internacionalização, a Baía do Tejo tem-se apresentado nos diversos certames internacionais com a designação ‘Lisbon South Bay’.

A mais recente dessas iniciativas ocorreu em Liverpool, com o ‘mayor’ local, Joe Anderson.

A cidade-berço dos Beatles será uma das inspirações para a regeneração urbana que a equipa liderada por Jacinto Pereira pretende desenvolver nos terrenos da Baía do Tejo.

Na semana passada, uma comitiva com representantes das várias entidades que integram o projeto Lisbon South Bay visitou Liverpool para acompanhar os trabalhos e desenvolvimentos feitos nas frentes ribeirinhas de Liverpool e de Wirral.

A comitiva da Lisbon South Bay, que incluía o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, reuniu-se com os líderes políticos locais, de Liverpool e de Wirral, e “com as empresas envolvidas nos projetos de transformação que se desenvolvem ao longo da frente ribeirinha de Liverpool e que se são uma verdadeira referência internacional neste tipo de regeneração territorial”, de acordo com um comunicado distribuído pela empresa que integra o universo da Parpública.

Segundo esse documento, a visita permitiu aprofundar o conhecimento mútuo dos projetos que se desenvolvem no Arco Ribeirinho Sul, nos ativos da Baía do Tejo e nos territórios adjacentes dos municípios de Almada, Barreiro e Seixal, e nas margens de Liverpool e de Wirral.

“Foram avaliados e deram-se a conhecer os esforços de promoção e os projetos de regeneração urbana previstos e os modelos de desenvolvimento para ambos os territórios. As múltiplas reuniões de trabalho, que permitiram à comitiva Lisbon South Bay o contacto direto com uma realidade já no terreno e bastante mais consolidada, proporcionou uma troca de experiências que permitiu a todos desenvolver a sua reflexão sobre as frentes ribeirinhas e permitiu construir relacionamentos com Liverpool e Wirral que vão ter continuidade e aprofundar-se num futuro próximo”, assegura o mesmo comunicado da Baía do Tejo.

A um nível mais institucional, a visita permitiu ainda reuniões diretas entre o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, responsáveis dos municípios de Almada e Seixal, bem como de todo o conselho de administração da Baía do Tejo, com o ‘mayor’ de Liverpool, Joe Anderson, e o líder do conselho municipal de Wirral, Phil Davies.

“Foram apreciados projetos muito interessantes e inovadores que se desenvolvem nas duas margens do rio Mersey que une Liverpool e Wirral, incluindo Peel’s Liverpool Waters e Wirral Waters, Albert Dock e Titanic Hotel. Projetos que, face à semelhança territorial encontrada, poderão ser referências a desenvolver nos territórios Lisbon South Bay”, adianta o mesmo comunicado.

“Foi fantástico receber esta comitiva de Lisbon South Bay, particularmente porque escolheram o Liverpool devido ao sucesso da cidade no desenvolvimento da sua zona ribeirinha”, disse o ‘mayor’ de Liverpool no âmbito desta visita.

Joe Anderson sublinhou que “este é um resultado direto do Fórum Waterfront que organizámos no ano passado, criado para incentivar e melhorar a colaboração e a partilha de conhecimentos entre cidades costeiras e, neste momento, Lisboa e Liverpool enfrentam desafios semelhantes”.

“Sei que o grupo teve uma visita muito produtiva, e espero que este seja o início de um relacionamento mutuamente benéfico entre os dois territórios”, desejou o ‘mayor’ de Liverpool.

Por seu turno, Stephen Cowperthwaite, diretor sénior do GVA Liverpool, disse que “nós vimos em primeira mão que o investimento em empreendimentos nas frentes ribeirinhas pode trazer benefícios económicos e desenvolvimento efetivo para as cidades e para as regiões envolventes”.

“É o que se tem verificado em Liverpool nos últimos anos. Ainda há muito mais por fazer e é emocionante estar envolvido com novos projetos que vão continuar a moldar ambos os lados do rio Mersey, mudando a face da região da cidade de Liverpool”, acrescentou este responsável.

Sérgio Saraiva, do conselho de administração da Baía do Tejo destacou que “vemos muitas semelhanças entre o que Liverpool está a fazer e aquilo que preconizamos para os nossos ativos situados nos antigos complexos industriais dos municípios de Almada , Barreiro e Seixal, territórios para os quais têm de se continuar e intensificar os projetos de requalificação e regeneração urbana.”

“Todo o trabalho feito na frente ribeirinha de Liverpool é um modelo inspirador e a nossa visão é transformar a Área Metropolitana de Lisboa numa grande metrópole, com duas margens, aberta para o Atlântico. Estamos ansiosos para continuar a trabalhar com Liverpool e outras cidades com frente ribeirinha, como é o nosso caso, tendo como foco e objetivo o desenvolvimento dos territórios e dos municípios que integram o projeto Lisbon South Bay”, revelou este responsável.

Já o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, numa tomada de posição que é partilhada pelos responsáveis dos municípios de Almada e Seixal, relevou que “esta visita permitiu verificar como é possível, numa região com duas margens, encontrar soluções que permitem resolver questões pendentes, que subsistem nos outrora grandes complexos industriais do séc. XX, e potenciar o desenvolvimento de todos os territórios envolvidos em prol e em benefício das suas populações”

Carlos Dias, diretor do Departamento de Administração Urbanística prteferiu salientar que “foi relevante apercebermo-nos de uma forma geral do processo de gestão das áreas que estão a ser intervencionadas e do envolvimento dos diversos atores da cidade, onde sem complexos se inclui fortemente a iniciativa privada, sintonizada com a monitorização e gestão pública das intervenções”.

Carla Russo, coordenadora do Gabinete de Desenvolvimento Económico e Turismo da Câmara Municipal do Seixal, sublinha que o “projeto de requalificação de vastas áreas industriais, instaladas desde há muito, nas frentes ribeirinhas de Wirral e de Liverpool, marginais ao Rio Mersey, constituem um exemplo de um longo processo de regeneração urbana, com uma clara assunção de uma “cidade de duas-margens”, ainda em crescimento”.

“Em parceria, com investimento e know-how de entidades públicas e privadas, foi possível descontaminar, requalificar e revitalizar estes brownfields, situação que pudemos testemunhar, visitando muitos dos espaços que hoje se integram perfeitamente na malha urbana, com usos e atividades diversificadas, em que o rio desempenha um papel agregador; da mesma forma que o Rio Tejo poderá vir a desempenhar, já que os municípios do Seixal, Almada e Barreiro, apresentam, no projeto Lisbon South Bay uma condição geoestratégica muito idêntica, de ligação à cidade de Lisboa”, defende esta responsável.

 

 

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