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Baixa inflação aumenta necessidade de “paciência” e “persistência” do BCE

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Peter Praet, defendeu esta segunda-feira que os estímulos monetários continuam a ser necessários devido à meta da inflação continuar a não ser cumprida.
29 Janeiro 2018, 16h38

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) deu um passo atrás na ideia de que a instituição possa acelerar o fim dos estímulos monetários na zona euro. Num discurso no Conselho da União Europeia, Peter Praet defendeu a persistência do programa de compra de ativos já que a inflação continua a falhar a meta (próxima, mas abaixo de 2%).

Ainda há um longo caminho a percorrer até que a inflação preencha os três requisitos necessários para os critérios do BCE, demonstrando que a aquisição de obrigações já cumpriu a função e pode terminar, segundo defendeu Praet.

“A transição para a normalização vai começar quando tivermos estabelecido que há um ajustamento sustentável no caminho da inflação”, disse Praet em Bruxelas. “Apesar do momentum cíclico forte, as pressões dos preços domésticas continuam reduzidas, tal como as medidas de inflação subjacente”.

Os comentários foram feitos no primeiro discurso de Praet este ano, sendo que o BCE reduziu a compra de ativos da zona euro para 30 mil milhões de euros mensais em janeiro (face aos 60 mil milhões até dezembro), e numa altura em que sofre pressões para acabar com as políticas não-convencionais. Para já, o programa está planeado até setembro, mas poderá ser prolongado mais alguns meses, com um volume de compras menor.

Praet acrescentou que convergência, confiança e resiliência são os três critérios que o BCE está à espera de ver. “A política monetária vai evoluir de uma forma dependente de dados e consistente em termos de tempo”, afirmou. “Quando o Conselho de Governadores considerar que os três critérios de ajustamento sustentável foram cumpridos, a compra de ativos vai expirar, em linha com a nossa orientação”.

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