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Bancarrota. Rússia não pagou aos credores e entra em incumprimento

Esta é a primeira vez que entra em incumprimento com dívida em moeda estrangeira desde 1918. Em 1998, entrou em incumprimento com dívida em rublos.
27 Junho 2022, 06h49

A Rússia entrou pela primeira vez em incumprimento com dívida em moeda estrangeira em mais de 100 anos. Em 1918, os bolcheviques repudiaram o fardo da dívida contraída pela monarquia que tinham derrubado no ano anterior durante a revolução russa. O valor atingiria o equivalente a cerca de um bilião de dólares aos preços atuais.

Mais recentemente, o governo liderado pelo presidente Boris Yeltsin entrou em incumprimento com 40 mil milhões de dólares de dívida denominada em rublos.

Agora, terminou o período de graça que a Rússia tinha para pagar 100 milhões de dólares, depois de inicialmente ter falhado o pagamento a 27 de maio, revela a “Bloomberg”.

Depois da invasão da Ucrânia no final de fevereiro, o país tem sido atingido com duras sanções. Como consequência, as reservas estrangeiras do banco central continua congeladas e os maiores bancos estão desligados do sistema financeiro global.

Uma declaração formal de incumprimento seria declarada pelas agências de rating, mas as sanções europeias provocaram que as agências deixassem de emitir o rating russo.

“A maioria dos credores vai ter um abordagem de esperar para ver”, segundo Takahide Kiuchi, economista do  Nomura Research Institute em Tóquio.

Atualmente, cerca de 20 mil milhões de dólares em dívida russa são detidos por credores estrangeiros.

Moscovo tem declarado que tem tido dificuldades em fazer os pagamentos por estar precisamente desligada do sistema financeiro mundial. O país continua a receber centenas de milhões de euros em dólares todas as semanas com as vendas de petróleo e de gás ao exterior.

O ministro das Finanças russo disse recentemente que “todos percebem que isto não é um incumprimento”, porque o país tem dinheiro para cumprir as suas obrigações, mas não consegue fazê-lo pois a agência russa responsável pelos pagamentos ao exterior foi sancionada tanto pela União Europeia como pelos Estados Unidos.

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