Banco BIC cria linha de crédito para expatriados em Angola

O Banco BIC quer resolver os atrasos nos pagamentos as empresas portugueses aos trabalhadores que atuam em Angola. Mira Amaral, CEO do Banco BIC português, tem a solução através da Conta Salário Internacional. A operacionalização da linha acontecerá dentro de 15 dias, avançou Mira Amaral ao OJE, à margem do Lisbon Summit 2015. Assim, explicou […]

O Banco BIC quer resolver os atrasos nos pagamentos as empresas portugueses aos trabalhadores que atuam em Angola. Mira Amaral, CEO do Banco BIC português, tem a solução através da Conta Salário Internacional. A operacionalização da linha acontecerá dentro de 15 dias, avançou Mira Amaral ao OJE, à margem do Lisbon Summit 2015.
Assim, explicou que bastará aos trabalhadores expatriados abrirem conta no BIC Angola, depositar o ordenado em kwanzas e abrir conta no BIC em Portugal para lhes ser convertido até 70% do depósito em euros. Trata-se de um descoberto, e Mira Amaral diz que a taxa ainda não está definida. Espera ter a linha operacional dentro de 15 dias e explica que o maior desafio é implementar o processo em simultâneo nos dois países, adequando o produto à legislação portuguesa.
Esta linha apenas será aplicada a expatriados e não a empresas já que a dimensão é outra. Mira Amaral diz que mesmo o tema das empresas é visto caso a caso pela equipa do presidente Fernando Teles em Angola. Adiantou que desde que o banco consiga obter dólares do banco central, as transferências das empresas são feitas no imediato.
Ainda à margem do mesmo evento, Mira Amaral afirmava concordar com recentes declarações do embaixador de Angola em Lisboa que afirmou perspetivar a resolução do problema da transferência de capitais nos próximos três meses. Mira Amaral afirma que “todos os anos, no início do ano há problemas de transferências de dólares para Portugal”. A questão é sazonal e está na pressão que os angolanos fazem na época natalícia e final do ano com compras. Este ano houve uma pressão maior e uma maior escassez de dólares devido ao recuo do preço do petróleo e, por isso, menos entradas de divisas.
“Acredito que esta escassez do início do ano se vá diluindo e ficará apenas o impacto da escassez devido à descida do preço do petróleo. Em todo o caso Angola tem reservas de 30 mil milhões de dólares que cobrem sete a oito meses de importações e tem uma dívida sobre o exterior de apenas 30% do PIB”, afirmou. Acrescentando ainda que o país tem capacidade de endividamento para “amenizar estas questões”.
Mira Amaral diz ainda não achar justo o alarmismo que se tem feito em Portugal sobre esta matéria. E adiantou que o momento é uma oportunidade para os angolanos. Estes “terão de ter consciência que têm de fazer uma diversificação do petróleo para outros setores e precisam de investimento estrangeiro e ninguém melhor do que os portugueses para ajudarem nessa diversificação a nível de setores primário, secundário e terciário da economia. “As empresas portuguesas têm aqui uma nova oportunidade de irem para Angola ajudar a essa diversificação”, sublinhou Mira Amaral.
REFORMAS TÊM DE PROSSEGUIR
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou que a conclusão do resgate “foi decisiva” para Portugal, mas alertou que não trava para já os custos económicos e sociais do ajustamento, defendendo que as reformas têm de prosseguir. “A conclusão do programa foi decisiva, mas não afasta de imediato os custos económicos e sociais do ajustamento nem simboliza o culminar de um processo reformista, que tem necessariamente de continuar”, afirmou Maria Luís Albuquerque numa conferência organizada pela revista britânica The Economist, que decorreu em Cascais.
Num discurso de cerca de dez minutos durante o qual enumerou os progressos de Portugal e em que várias vezes comparou a situação atual do país com a vivida em 2011, a ministra de Estado e das Finanças disse também que o fim do resgate “não pode sobrepor-se ao facto de este ter sido o terceiro programa em 40 anos de democracia”. Para Maria Luís Albuquerque, isto quer dizer que “as finanças públicas colapsaram por três vezes e por três vezes colocaram em causa a capacidade de financiamento do Estado.
Vítor Norinha
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