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Banco da CGD em Cabo Verde com lucros de 13 milhões em 2021

O Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos, registou lucros de 13 milhões de euros em 2021, o segundo melhor resultado de sempre.
20 Maio 2022, 09h50

O Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos, registou lucros de 13 milhões de euros em 2021, o segundo melhor resultado de sempre.

De acordo com o relatório e contas da instituição, a que a Lusa teve hoje acesso, contribuíram para este resultado “principalmente” os ganhos na margem financeira, de 2.928 milhões de escudos (26,7 milhões de euros), e na margem complementar, de 764 milhões de escudos (sete milhões de euros), “que compensaram” os custos operativos, de 1.812 milhões de escudos (16,5 milhões de euros), e o crescimento nas imparidades, de 427 milhões de escudos (quatro milhões de euros), com “montantes superiores aos registados no período homólogo”.

Desta forma, o resultado líquido do exercício do BCA foi de 1.424 milhões de escudos (13 milhões de euros), desempenho que contrasta com os lucros de 1.482 milhões de escudos (13,5 milhões de euros) em 2020, que foi então o melhor resultado da instituição, traduzindo-se assim numa quebra de 3,9% para 2021.

“O banco tem vindo a ter uma dinâmica de crescimento de resultados. Obviamente que não podemos esquecer que estamos numa conjuntura complexa, ainda não saímos da pandemia e entramos num ciclo em que estamos a sofrer os efeitos da guerra e, portanto, a quebra nos resultados decorre essencialmente de alguns reforços de imparidades que nós fizemos de forma prudencial, para enfrentar os riscos que entendemos que existem no futuro”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o presidente da comissão executiva do BCA, Francisco Santos Silva.

“Do ponto de vista operacional, o banco continuou a ter uma melhor performance em 2021 do que tinha tido em 2020”, afirmou ainda.

O conselho de administração do banco propôs a aplicação de 50% dos lucros em reservas e outros 50% como pagamento de dividendos aos acionistas, no valor de 712 milhões de escudos (6,5 milhões de euros), segundo o relatório e contas.

Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a Caixa Geral de Depósitos controla 52,65% do BCA, ao que se soma uma participação própria de 6,76%. O Instituto Nacional da Previdência Social de Cabo Verde detém uma participação de 12,54% no BCA, entre outros acionistas.

O sistema financeiro cabo-verdiano conta com oito bancos comerciais, mantendo-se o BCA como referência no setor, com maior volume de ativos e uma rede de 34 balcões em todo o arquipélago, além de 424 trabalhadores.

O saldo dos depósitos de clientes do BCA atingiu 79.423 milhões de escudos (725,5 milhões de euros) no final de 2021, um aumento de 2,1% face ao ano anterior.

Globalmente, a carteira de crédito do maior banco cabo-verdiano rondava em dezembro os 56.134 milhões de escudos (512,7 milhões de euros), um aumento de 3,6%, e o crédito vencido caiu 0,4%, para 3.159 milhões de escudos (28,8 milhões de euros).

O BCA fechou 2021 com um ativo total de 90.362 milhões de escudos (826,1 milhões de euros), aumentando 3,4% face ao ano anterior, e um passivo que cresceu 2,4%, para 81.482 milhões de escudos (745 milhões de euros).

O produto bancário do BCA aumentou 9,4% face a 2020, para 3.692 milhões de escudos (33,7 milhões de euros).

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