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Banco de Inglaterra estima contração do PIB de 0,1% no terceiro trimestre

Na reunião de hoje, o Comité de Política Monetária (Monetary Policy Committee, MPC) votou para aumentar a taxa, de 1,75% para para 2,25%, o nível mais alto desde dezembro de 2008.
22 Setembro 2022, 14h13

O Banco de Inglaterra estima que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional pode ter-se contraído 0,1% no terceiro trimestre, que depois do recuo de 0,1% no segundo trimestre significaria que o Reino Unido já está em recessão.

Numa nota hoje divulgada, o Banco de Inglaterra (Bank of England, BoE) afirma que na reunião que terminou em 21 de setembro e que estava prevista para 14 de setembro, mas foi adiada devido à morte da rainha Isabel II, também alterou a sua previsão da inflação, que deverá atingir um pico de 11% em outubro, contra 13% anteriormente previsto, acreditando que os planos do Governo para conter os preços da energia ajudarão a conter o índice de preços no consumidor (IPC).

Na reunião de hoje, o Comité de Política Monetária (Monetary Policy Committee, MPC) votou para aumentar a taxa, de 1,75% para 2,25%, o nível mais alto desde dezembro de 2008.

Cinco membros votaram para aumentar a taxa bancária em 0,5 pontos percentuais, três membros preferiram aumentar a taxa bancária em 0,75 pontos percentuais, para 2,5%, e um membro preferiu aumentar a taxa bancária em 0,25 pontos percentuais, para 2%.

O comité adverte que na sua reunião de novembro irá analisar o impacto nas suas previsões económicas e o possível impacto nas taxas do novo plano de “crescimento” a ser apresentado esta sexta-feira pelo Governo conservador da primeira-ministra Liz Truss.

O Governo indicou que está a preparar medidas potencialmente inflacionistas e de aumento da dívida, tais como um corte no imposto sobre as sociedades e a eliminação do limite máximo dos bónus dos banqueiros, bem como empréstimos garantidos aos distribuidores de energia para limitar os aumentos das faturas.

O Banco de Inglaterra também está de olho na libra esterlina, que se desvalorizou acentuadamente em relação ao dólar devido a receios sobre o estado das finanças da Grã-Bretanha.

O MPC, que define a política monetária para cumprir o objetivo de 2% de inflação, e de uma forma que ajude a sustentar o crescimento e o emprego, também votou unanimemente pela redução do ‘stock’ de obrigações do Governo britânico adquiridas, financiadas pela emissão de reservas do banco central, em 80 mil milhões de libras durante os próximos doze meses, para um total de 758 mil milhões de libras, em conformidade com a estratégia estabelecida na ata da reunião do comité, de agosto.

No Relatório de Política Monetária de agosto, o MPC observou que os riscos em torno das suas projeções, tanto de fatores externos como domésticos, eram excecionalmente grandes, dado o aumento muito grande dos preços do gás por grosso desde maio e os consequentes impactos nos rendimentos reais das famílias do Reino Unido e na inflação.

A próxima reunião de política monetária do BoE realiza-se em 3 de novembro.

O aumento do preço do dinheiro no Reino Unido surge depois de os Estados Unidos terem subido na quarta-feira as taxas de juro naquele país em 75 pontos base, que se situam numa faixa entre 3% e 3,25%, também nos níveis mais altos em 14 anos.

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