O Banco de Inglaterra (BoE) prepara-se para voltar a subir taxas esta semana, naquela que deve ser a última etapa do aperto monetário mais agressivo dos últimos anos. Com uma inflação persistente e elevada, os juros diretores britânicos devem chegar a 5,5%, o pico da escalada após quinze subidas das taxas de referência.
Caso se confirme esta subida, os juros de referência chegarão ao quarto valor mais alto nos últimos cem anos, sublinha a ‘Reuters’.
Os mercados financeiros até atribuem 25% de probabilidade a uma pausa na reunião desta quinta-feira da autoridade monetária britânica, mas os analistas estão mais inclinados para nova subida. Os dados da inflação de agosto, a divulgar quarta-feira, poderão inclinar a balança decisivamente para qualquer um dos lados.
Como no resto da Europa, os preços dos combustíveis no Reino Unido têm voltado a acelerar nas últimas semanas, colocando sérias dúvidas quanto a um possível recuo do indicador de preços. Por outro lado, os dados macro mais recentes mostram uma quebra da atividade em julho, com um recuo de 0,5% em cadeia, e um desemprego já acima das estimativas do BoE para o terceiro trimestre.
Estes números ganham outra importância quando confrontados com as declarações do governador Andrew Bailey na passada semana, quando indicou que o fim do aperto monetário pode estar mais perto do que os mercados estimam. Bailey projetou uma discussão “equilibrada”, embora Craig Erlam, analista sénior da OANDA, argumente que o governador poderia estar a referir-se a novembro.