Banco de Portugal chama Tomás Correia e Félix Morgado

Na passada quinta-feira, dia 21, dois dias depois da reunião do Conselho Geral da Associação Mutualista Montepio Geral, o presidente Tomás Correia reuniu-se com a vice-Governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, que tem a tutela da supervisão prudencial, soube o Jornal Económico.

A reunião teve como agenda o futuro do Montepio na nova fase enquanto sociedade anónima. Nomeadamente o curso das negociações para a entrada de novos acionistas (Tomás Correia quer entidades da economia social a deter 10%). Mas também a necessária alteração de estatutos, agora que a Caixa Económica Montepio Geral passou a Sociedade Anónima.

A vice-Governadora tem em vários fóruns manifestado atenção especial ao banco da Associação Mutualista. “O Montepio não é sistémico em termos europeus, mas é prioritário para nós, por causa das poupanças que tem”, disse publicamente Elisa Ferreira. A responsável do Banco de Portugal disse no Parlamento, em junho, que “falta estabilizar a Caixa Económica Montepio Geral”, quando falava sobre a estabilização do setor bancário.

Nas preocupações do supervisor está o reforço da separação entre o banco e a associação mutualista, com a alteração dos estatutos da Caixa Económica, de forma a abrir o capital a outras entidades, como a Santa Casa da Misericórdia. Elisa Ferreira defende a transformação dos estatutos que permite a entrada de novos acionistas no banco.

A reunião com o supervisor bancário é vista como rotina, sem que na agenda estivesse algum caso urgente. “O tema da mudança do conselho de administração liderado por José Félix Morgado não foi abordado na reunião”, disse ao Jornal Económico fonte conhecedora da reunião.

Fonte oficial do Banco de Portugal não quis fazer comentários, por se tratar de matéria que diz respeito à relação do supervisor com a entidade supervisionada.

No mesmo dia, soube o Jornal Económico, o Banco de Portugal recebeu o presidente executivo do Montepio Geral, José Félix Morgado, tmbém para uma reunião de “rotina” sobre o futuro do banco detido agora na quase totalidade pela Associação Mutualista.

A última reunião do Conselho Geral da Associação, que decorreu no passado dia 19 de setembro, teve como pontos oficiais da agenda “Informação sobre a OPA e desenvolvimentos subsequentes; transformação da CEMG em sociedade anónima e outros assuntos”.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.