O Banco do Japão contrariou a expectativa dos mercados e deixou inalterados os parâmetros de política monetária, isto depois da decisão surpreendente da reunião anterior, quando duplicou o limite máximo dos juros a pagar nos títulos a dez anos.
A reunião de quarta-feira penalizou muito o iene, a moeda local, que vinha tocando máximos de quase um ano com a perspetiva de menos estímulos do banco central numa economia que se tem debatido com a estagnação económica nos últimos anos.
Na antecâmara da reunião, os títulos a dez anos japoneses quebraram a barreira de 0,5% definida pelo banco central, chegando a 0,54% e colocando mais pressão sobre os responsáveis de política monetária para defenderem esta decisão surpreendente. Assim, o Banco do Japão apresentou um novo instrumento para manter as taxas dentro deste limite, ainda que “sem afetar diretamente a procura e oferta” no mercado de obrigações, afirmou o governador do banco.
Haruhiko Kuroda, o líder do Banco do Japão, presidirá apenas a mais uma reunião de política monetária, pelo que os analistas antecipam que não deva haver grandes alterações até abril, data da sua saída. Ainda assim, as medidas agora anunciadas reforçam o compromisso da autoridade monetária nipónica com o combate à inflação.
Os investidores vinham apostando forte numa mudança de política pelo banco central nipónico, visto que a inflação, embora muito longe dos valores registados na Europa e EUA, também está em máximos de 30 anos. O indicador chegou a 3,8% em novembro, depois de ficar em 3,7% em outubro.