[weglot_switcher]

Banco Interatlântico deverá ser cada vez mais virado para o exterior, diz Paulo Macedo

Presidente da Caixa Geral de Depósitos assegurou que a venda do BCA permite a manutenção dos postos de trabalho e as garantias dos depositantes.
  • Cristina Bernardo
22 Dezembro 2018, 11h08

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, assegurou que a instituição irá manter uma “forte presença” no setor bancário de Cabo Verde, apesar da venda da participação do Banco Comercial do Atlântico (BCA).

Em conferência de imprensa, esta sexta-feira, na Cidade da Praia, Paulo Macedo anunciou, após uma audiência com o Primeiro-Ministro caboverdiano, Ulisses Correia e Silva, depois de ter mantido encontros com o Vice Primeiro Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, e com o Governador do Banco de Cabo Verde, João Serra, que o banco português irá vender a participação que detém no caboverdiano BCA, mantendo a posição que detém no Banco Interatlântico (BI).

“ A CGD entendeu manter a sua presença no BI por ser um banco virado para as empresas, que queremos que esteja cada vez mais virado para fora, enquanto que o BCA é um banco pujante, mas mais virado para a generalidade da economia cabo-verdiana e mais para dentro”, disse o Presidente da CGD.

O presidente da CGD explicou que a decisão de venda da participação no BCA, e não a opção de fusão dos dois bancos, que no passado chegou a estar sobre a mesa, foi tomada com a preocupação de manter os postos de trabalho.

“É uma opção serena e tranquila que mantém os postos de trabalho que assegura todas as garantias aos depositantes e que apenas será efetuada caso as autoridades aceitem o eventual comprador. O Banco Central terá um papel fundamental para que a futura instituição que vier ser escolhida, num processo transparente como tem sido em todos os que fizemos, seja avaliado de forma positiva para o desenvolvimento do sistema financeiro”, referiu.

Paulo Macedo preferiu não adiantar quem são os possíveis compradores das ações da CGD no BCA, mas referiu que o encaixe financeiro dependerá do mercado e do conjunto de interessados e que o processo está apenas a começar.

Depois dos encontros mantidos com as autoridades, Paulo Macedo explicou que serão iniciados os passos para a venda do BCA, nomeadamente a avaliação, escolha dos auditores e das sociedades de advogados.

“Quero reafirmar o compromisso da CGD e do seu acionista com a economia local e com o seu desenvolvimento, entendemos que para além deste compromisso assumido o próprio sistema financeiro poderá ser potencializado, uma vez que mantendo a Caixa apenas num dos bancos irá desenvolve-lo e dar-lhe melhor apoio e se houver um outro acionista no outro Banco, com novas ideias com novas dinamização o próprio sistema será reforçado”, afirmou.

A Caixa Geral de Depósitos tem uma participação maioritária em ambos os bancos. Em 2000, em parceria com o Banco Interatlântico, adquiriu 52,5% do capital do BCA, enquanto no Banco Interatlântico a participação é de 70%. Os dois bancos, BCA e BI, em conjunto, têm mais de 50% da quota do mercado cabo-verdiano.

A decisão de alienar um destes bancos foi anunciada por Paulo Macedo em julho deste ano, nesta altura o presidente da CGD anunciou que o assunto foi acordado com a Comissão Europeia.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.