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Banco Mundial revê em baixa crescimento do Brasil (com áudio)

A economia brasileira deverá crescer 0,7% este ano, uma revisão em baixa em relação ao último relatório, que previa um crescimento de 1,4%. Em ano de eleições, não são boas notícias para o atual presidente.
7 Abril 2022, 21h45

A economia brasileira deverá crescer 0,7% este ano, uma revisão em baixa em relação ao último balanço, que previa um crescimento de 1,4%, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira pelo Banco Mundial.

De acordo com o relatório América Latina e do Caribe, o Brasil é, entre 28 países analisados (ficou de fora a Venezuela), o segundo que menos crescerá, ficando apenas atrás do Haiti. Para 2023, a instituição prevê que a economia brasileira cresça 1,3% e no ano seguinte 2%.

Em ano de eleições, em novembro próximo, a revisão em baixa do crescimento não é uma boa notícia para o atual presidente, Jair Bolsonaro, que tenta vencer mais uma vez. O impacto da pandemia no Brasil foi muito intrusivo e a economia ressentiu-se disso ao longo dos últimos dois anos.

Nos meses mais recentes, Bolsonaro – a braços com uma crise governamental que se foi mantendo ao longo da sua presença no cargo – tem tentado inverter a degradação da economia. Mas, se o aumento de algumas commodities pode ser um benefício – nomeadamente as alimentares – o certo é que o crescimento da inflação terá um grande impacto, num país onde a classe média encolher muito relativamente à década anterior.

Bolsonaro, que está longe de comandar as sondagens sobre intenções de voto, tem pela frente a poderosa concorrência do ex-presidente Inácio Lula da Silva – que, a acreditar-se nos estudos de mercado, permanece mais ou menos imbatível, seja quem for o adversário.

O Banco Mundial reduziu também a sua projeção de crescimento económico para a América Latina e Caraíbas de 2,6% para 2,3% para este ano, face à incerteza devido ao coronavírus, à elevada inflação e à guerra na Ucrânia.

As restrições ao comércio com a Rússia, devido a sanções impostas por causa da invasão à Ucrânia, são também um fator de desestabilização económica no Brasil.

O Banco Mundial recorda que o Brasil, uma potência agrícola, compra grande parte do seu fertilizante da Rússia.

A instituição lembra também que “alguns grandes fabricantes, como a Embraer, estão a perder grandes mercados porque estão a suspender as suas exportações e assistência técnica ao setor aeronáutico russo”.

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