No documento, o BdP aponta para “vários constrangimentos estruturais” que estão a impedir um crescimento mais acelerado da economia portuguesa. O regulador destaca o elevado nível de endividamento da economia – famílias, empresas não financeiras e setor público –, a evolução demográfica desfavorável, o elevado nível de desemprego de longa duração e um ritmo de recuperação do investimento aquém do observado em recuperações anteriores.
“O impacto destes fatores tende a ser exacerbado no atual quadro de incerteza, a nível interno e externo. Neste contexto, é importante continuar a aprofundar o processo de reformas estruturais, aumentando os incentivos à inovação, à mobilidade de fatores e ao investimento em capital físico e humano, criando desta forma condições para um aumento sustentado da produtividade e do potencial de crescimento da economia”, considera o regulador.
O banco central sublinha ainda que, “num quadro de prevalência de níveis relativamente elevados de incerteza, a manutenção de um enquadramento institucional e fiscal previsível contribuirá para preservar a confiança dos investidores e assegurar um ambiente favorável ao investimento”.
Em termos de contas públicas, o BdP defende que “um esforço adicional de consolidação orçamental é crucial para que o nível de endividamento público apresente uma trajectória descendente sustentada e robusta a choques adversos”.
Na banca, o regulador entente que “as ações em curso de redução de vulnerabilidades específicas do setor bancário e financeiro” também contribuirão para a atractividade do país como destino de investimentos.
O esforço de redução do nível de dívida dos agentes económicos privados “deverá prosseguir de forma a reforçar a resistência a choques que afetem a sua capacidade de servir a dívida”.
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