Os principais bancos centrais do mundo detêm um quinto da dívida total dos governos em que se inserem, apurou uma investigação do Financial Times divulgada esta quarta-feira.
A análise do FT conclui que seis bancos centrais – o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão (BoJ) e o Banco da Inglaterra (BoE) e os bancos centrais suíço e sueco – detêm atualmente mais de 15 milhões de dólares em ativos, um valor que é quatro vezes superior ao período pré-crise.
Os maiores bancos centrais realizaram compras de títulos em grande escala com o objetivo de impulsionar a economia global, reduzindo os custos de empréstimos para famílias e para empresas, assim que começou a crise financeira, resultando nos tais 15 milhões de dólares.
Deste montante, mais de 9 milhões de dólares são títulos do governo. Por exemplo, conforme nota o jornal britânico, recentemente, o balanço do BCE superou o da FED em termos de dólares – neste momento, a instituição liderada por Mario Draghi tem 4,9 milhões de ativos, incluindo quase 2 milhões de dólares em títulos de governo da zona euro.
Quanto ao balanço do BoJ, aconteceu exatamente o mesmo. Deixou o balanço da entidade presidida por Yellen para trás, registando 4,53 milhões dólares em participações, sendo que 85% desses correspondem a títulos do governo do Japão.
O estrategista-chefe de investimentos da BlackRock, Richard Turnill, afirmou ao matutino que “salvo crises imprevistas, temos observado baixas taxas de rendibilidade e o fim de um mercado de 35 anos em títulos”. “A nossa expectativa é que o rendimento das obrigações aumente muito gradualmente, uma vez que a normalização das políticas será um processo muito gradual ao longo do tempo”, sublinhou.