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Bancos esperam propostas não vinculativas para a Brisa no início de dezembro

Segundo revelou fonte ligada ao processo ao Jornal Económico, os bancos de investimento esperam receber as propostas não vinculativas (non-binding offers) nas primeiras semanas de dezembro.
30 Outubro 2019, 19h52

O grupo José de Mello e o fundo Arcus que controlam a maioria do capital colocaram à venda 80% da empresa (40% cada um) e para tal contrataram bancos e advogados.

Do lado do Grupo Mello está o escritório de advogados VdA e os bancos Rothschild e o Caixa BI. Já a Arcus está a ser assessorada pelos escritórios Clifford Chance e Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados. Os bancos contrados pela Arcus são a Morgan Stanley e o Millennium BCP.

Segundo revelou fonte ligada ao processo ao Jornal Económico, os bancos de investimento esperam receber as propostas não vinculativas (non-binding offers) nas primeiras semanas de dezembro.

A notícia da venda da Brisa já corria no mercado sob a forma de rumor, mas o Jornal de Negócios avançou com a decisão formal do grupo José de Mello perder o controlo da Brisa, embora mantenha 20% dos direitos de voto.

Já há vários interessados dos quatro cantos do mundo. Este será aliás o negócio do ano 2020. Segundo o Negócios a expetativa da Brisa é que a venda esteja fechada no primeiro semestre de 2020.

As modalidades de venda são variadas, pode haver um comprador para 80% da Brisa, ou dois compradores para 40% cada, tudo vai depender do desenvolvimento do processo.

A operação será feita em dois blocos separados mas no mesmo processo de venda. Um bloco são os 40% do Grupo José de Mello e outro são os 40% do fundo de pensões Arcus, que com esta venda sairá da Brisa.

O Grupo José de Mello detém atualmente 52,8% do capital da Brisa, 30% dos quais diretamente e 55% através da Tagus Holding. A Arcus tem diretamente 19,09% do capital da Brisa e ainda 45% da Tagus Holding.

“O Grupo José de Mello decidiu vender parte da sua participação na Brisa, num processo de venda conjunto com o fundo Arcus, seu atual parceiro acionista, através da venda de dois blocos acionistas, representativos, cada um, de cerca de 40% dos direitos de voto“, disse fonte oficial da empresa ao Jornal de Negócios, que avançou com a notícia.

Segundo o jornal Público o negócio vai trazer investimento estrangeiro superior a 2,2 mil milhões de euros para Portugal.

O grupo Brisa, que detém a exploração e manutenção da mais importante rede de auto-estradas em Portugal, vai ser vendida numa altura em que o Estado se prepara para fazer alterações ao contrato de concessão da gestora dessa rede rodoviária, a Brisa Concessão Rodoviária.

O Expresso por sua  vez, noticiava que há vários potenciais interessados e entre eles estão grupos do sector, fundos de infraestruturas e fundos de pensões. O Expresso referia que na lista de potenciais interessados estão a empresa espanhola GlobalVia, os fundos francês Ardian e os australianos Macquaire e IFM – nomes recentemente avançados pela Reuters – e também o canadiano Caisse de Dépôt et Placement du Québec.

A Brisa – Autoestradas de Portugal esteve em confronto com os fundos credores (que compraram a dívida aos bancos) da Concessão Douro Litoral (AEDL) e da Concessão Litoral Centro (Brisal), mas no final de agosto chegou a acordo de princípio para a resolução das questões com os credores de ambas as concessões.

Quanto à Brisal, subsidiária da Brisa que detém a concessão da A17, o acordo de princípio prevê que a Brisa mantenha a sua posição de acionista maioritária e operadora da infraestrutura rodoviária concessionada, iniciando-se agora um processo de refinanciamento que implicará a substituição dos atuais credores, cujos créditos serão reestruturados, com perdão parcial da dívida.

Já com a AEDL a situação resolveu-se com a desistência de todos os litígios pendentes, independentemente da sua natureza; o reconhecimento dos credores enquanto acionistas da concessionária (controlando e nomeando a gestão da AEDL) e a manutenção da Brisa, no curto e médio prazo, como operadora da infraestrutura rodoviária concessionada, apesar de existir a hipótese de substituir o operador a qualquer momento.

O impasse que envolve as duas concessões rodoviárias foi originado pela insustentabilidade financeira em que se encontram as respetivas concessionárias.

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