[weglot_switcher]

Bancos globalmente sistémicos com melhor performance dos resultados no primeiro trimestre

O Goldman Sachs fez uma análise aos resultados dos bancos no primeiro trimestre comparando, por um lado, os globalmente sistémicos dos outros e, por outro, os bancos da zona euro e de fora do euro. Em termos de rentabilidade o ROTE caiu 1,4 pp nos G-SIBs e subiu 0,5 pp nos outros bancos. Sendo nos G-SIBs em média de 7,7% e nos bancos não sistémicos, em média, de 10,3%.
24 Maio 2022, 15h01

O banco norte-americano Goldman Sachs publicou o seu “European Banks Earning Tracker”, relativo ao primeiro trimestre de 2022.

Nele é possível ver que os Global Systemically Important Banks (G-SIBs) – bancos globais sistemicamente importantes – viram os resultados líquidos no primeiro trimestre caírem 9% face ao mesmo período do ano anterior, enquanto os bancos não globalmente sistémicos onde se inclui o banco português Millennium BCP viram os lucros caírem 23% no mesmo período.

A lista de bancos globais sistemicamente importantes não tem nenhum banco português e dentro da zona euro inclui o BBVA, o Santander, o BNP Paribas, o Deutsche Bank, o francês Groupe BPCE, o Groupe Crédit Agricole, o ING Bank, o Société Générale e o Unicredit Group num grupo de quase 40 instituições com essa classificação mundial.

Já nos resultados antes de impostos verifica-se que os bancos globais sistemicamente importantes (G-SIBs) caíram 3% e os não sistémicos a nível global subiram 10%.

Em termos da conta de resultados, a margem financeira dos bancos globalmente sistémicos melhorou 7% e nos outros bancos subiu 12%. Nas comissões nos primeiros a subida foi de 9% e nos segundos de 11%. O total das receitas evoluiu 3% e 13%, respectivamente.

Já do lado dos custos a análise do banco globalmente sistémico norte-americano revela que subiram 8% e 3% nos respetivos grupos de bancos.

Já em termos de imparidades, os bancos sistémicos libertaram imparidades (-11%) e os bancos não globalmente sistémicos reforçaram em 52% o nível de imparização dos ativos.

No primeiro trimestre o custo do risco, em percentagem da carteira de crédito, caiu nos bancos globalmente sistémicos, 8 pontos base, ao passo que nos outros subiu 9 bps.

O único banco português na análise do Goldman Sachs é o BCP que viu as suas ações subirem 7% em reação à apresentação de contas trimestrais. Os lucros do BCP subiram 95% e foram 31% acima do consenso dos analistas segundo o documento. A rentabilidade do BCP medida pelo ROTE é de 8,6%, o que traduz uma melhoria anual de 4,4 pontos percentuais. Em termos de receitas a margem subiu 24%; as comissões 13%; o produto bancário avançou 21%. Os custos aumentaram apenas 1% e as imparidades recuaram 19%.

Se olharmos para a comparação bancos da zona euro versus os que estão fora do euro, o custo do risco subiu 14 pontos base nos primeiros e caiu 24 bps nos segundos.

As maiores subidas de lucros numa comparação anual, no primeiro trimestre, foram do austríaco Raiffeisen (+105%) e do espanhol Sabadell (+192%).

O BBVA e o Bankinter comparam bem na rentabilidade medida pelo Return on Tangible Equity (ROTE), com 16% e 13,5% respetivamente.

Na área do euros, os bancos viram no conjunto os lucros caírem 23% numa comparação anual, segundo os números do primeiro trimestre. Já os bancos fora do euro registaram uma queda inferior de 6%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.