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Banqueiro do BNP Paribas, acusado de “terrorismo emocional”, exige agora quatro milhões

Omar Alami, o antigo chefe das vendas de derivados do BNP para a Suíça, Bélgica e Luxemburgo, foi despedido em 2019, depois de um relatório interno ter revelado que um ataque a um ‘trader’ a quem alegadamente chamou de “inútil” e “incompetente” à frente de colegas por causa de um potencial erro de 800.000 euros.
21 Abril 2022, 22h00

Um banqueiro do BNP Paribas nega aterrorizar subordinados na sala de negociação está agora a pedir uma indemnização de 4 milhões de dólares por despedimento injusto.

De acordo com a “Bloomberg”, Omar Alami, o antigo chefe das vendas de derivados do BNP para a Suíça, Bélgica e Luxemburgo, foi despedido em 2019, depois de um relatório interno ter revelado que um ataque a um ‘trader’ a quem alegadamente chamou de “inútil” e “incompetente” à frente de colegas por causa de um potencial erro de 800.000 euros.

O documento inclui testemunhos de funcionários que acusam Alami de “terrorismo emocional” e comportamento que deixou um membro da equipa com “sentimento de afogamento”, disse Aurelie Fournier, advogada do BNP, numa audiência no tribunal de Paris, na semana passada.

Alami disse ao tribunal que a sua resposta ao ‘trader’ que lhe falou do seu potencial erro de 1 milhão de euros de forma “acesa”, mas que “nunca o humilhei, nunca fui insultuoso nem agressivo”. Também contestou outras conclusões do relatório, argumentado que as declarações dos colegas de trabalho eram anónimas, dificultando o controlo das mesmas.

O processo é eco de um caso separado que aconteceu em Londres contra a UBS, que também está a levantar questões sobre o que é considerado comportamento aceitável no ‘trading floor’. Enquanto o ‘trader’ que processava a UBS descrevia um “ambiente tóxico” em que colegas muitas vezes mal-humorados gritavam no piso comercial, os advogados do banco suíço sugeriram que este tipo de atmosfera com pressão “é a realidade inevitável do trabalho de um ‘trader’ do distrito financeiro”.

O BNP refere em comunicado que no caso Alami foram tomadas “todas as medidas para proteger os seus colaboradores de acordo com os procedimentos do grupo”. O banco acrescentou que não tolera comportamentos contrários ao respeito e dignidade das pessoas e tem medidas para prevenir, detetar e combater qualquer forma de assédio ou discriminação.

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